Um novo armador deve surgir no mercado naval brasileiro. A Lagoa Azul, empresa formada pela associação da Aurizônia e da Cemisa, está com um pedido de financiamento de aproximadamente US$ 185 milhões junto ao Fundo de Marinha Mercante (FMM) para a encomenda de três petroleiros Aframax. Os nav
Um novo armador deve surgir no mercado naval brasileiro. A empresa Lagoa Azul, formada pela associação da brasileira Aurizônia e da Cemisa, das Ilhas Virgens Britânicas - colônia do Reino Unido -, está com um pedido de financiamento de aproximadamente US$ 185 milhões junto ao Fundo de Marinha Mercante (FMM) para a encomenda de três petroleiros Aframax. Os navios seriam encomendados ao Estaleiro Ilha SA (Eisa), segundo informa o executivo Roberto Dieckmann, gerente de implantação do Estaleiro Rio Grande, no qual Cemisa e Aurizônia também são associadas.
Dieckmann adianta também o objetivo do Lagoa Azul é atuar no ramo de navegação, inicialmente no transporte de petróleo e provavelmente atendendo às necessidades da própria Transpetro. "O Lagoa Azul não será concorrente da Transpetro", afirma o executivo, que acrescenta: "o programa de construção de petroleiros da Transpetro é de 17 navios de grande porte até 2015, mas ela vai utilizar 37 destes navios. Queremos participar do mercado de 20 navios que serão afretados."
O secretário de fomento do Ministério de Transportes, Sérgio Bacci, diz ver com bons olhos a entrada de novos armadores no Brasil. "Quanto mais armadores e navios de bandeira brasileira o país tiver, melhor", destaca.
Segundo o secretário, a idéia de concorrência com a Transpetro não existe porque a frota própria da estatal não atende sequer a própria demanda. Cerca de metade dos navios utilizados pela empresa são afretados e se ela vier a contratar navios de bandeira brasileira é melhor para o país. Bacci informa, ainda, que havendo armadores brasileiros a Transpetro seria obrigada a dar prioridade a estas empresas para afretamentos.
Dieckmann também comenta que a Transpetro sempre terá navios arrendados, assim como todas as empresas de logística. Essa é uma estratégia para evitar que todo o risco da frota seja de recaia sobre a empresa. "Digamos que em um ano a Transpetro use 40 navios e no seguinte 32. Ela pode devolver os oito arrendados que estariam demais", exemplifica o executivo.
No momento, a tramitação do pedido de financiamento da Lagoa Azul está em andamento no FMM e a próxima reunião sobre a concessão do empréstimo foi marcada para o dia 6 de maio. A empresa tenta antecipar a reunião para o começo de abril, com objetivo de agilizar as operações comerciais. Segundo Dieckmann, se todo o processo de financiamento fosse acelerado, a Lagoa Azul poderia estar lançando ao mar o primeiro Aframax em 2006. Os outros dois seriam lançados em 2007, quando também poderia ser feita a entrega para operação da primeira embarcação.
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