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Gazeta MercantilAs obras do Estaleiro Atlântico Sul, iniciadas em fevereiro último no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, deverão ser aceleradas com a aprovação de um financiamento de R$ 513,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O financiamento, com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), corresponde a 77% do investimento total, estimado em R$ 667,4 milhões.
O Estaleiro Atlântico Sul será responsável pela construção de 10 navios-tanque do tipo Suezmax, que fazem parte do lote de 26 navios a serem construídos na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro. O financiamento para a produção dessas embarcações, no valor de R$ 2,47 bilhões, já foi aprovado pelo BNDES em janeiro último, eqüivalendo a 90% do investimento total de R$ 2,75 bilhões. Foi o maior crédito aprovado para o setor naval e um dos maiores de toda a história do banco.
A aprovação desse financiamento foi fundamental para a viabilização econômico-financeira do projeto e para a decisão dos empreendedores de implantação do Estaleiro Atlântico Sul. Devido ao elevado volume de recursos necessários à construção de navios, a existência de uma carteira de encomendas é fator decisivo dos negócios no setor naval.
A operação de financiamento para construção do Estaleiro Atlântico Sul foi estruturada com metodologia inovadora de classificação de risco de projetos, recentemente aprovada pela diretoria do BNDES.
A nova metodologia, focada em projetos de infra-estrutura, permite ao banco estruturar operações levando em conta o fluxo de caixa projetado para o empreendimento e as garantias e compromissos negociados com os acionistas para diminuir o risco da operação, melhorando seu rating.
Com isso, para projetos de infra-estrutura, foi aperfeiçoada a metodologia tradicionalmente adotada pelo banco de exigir garantias pessoais e reais do tomador do crédito.
No caso do projeto do Estaleiro Atlântico Sul, a estrutura de financiamento permitiu abolir a exigência de garantias pessoais dos controladores do projeto após a conclusão das obras. Com essa flexibilização, os acionistas do projeto podem liberar seus limites de financiamento com o BNDES para viabilizar novas operações de crédito e, assim, alavancar outros projetos de investimento.
Com capacidade de processamento de 100 mil toneladas/ano de aço para a construção de embarcações de grande porte, plataformas e estruturas flutuantes, o Atlântico Sul será o maior estaleiro do Hemisfério Sul. Atuará na construção de navios cargueiros, mas também estará capacitado para construir estruturas offshore, além de fazer reparos e manutenção das embarcações.
Sócios - O Estaleiro Atlântico Sul é uma associação da Construções e Comércio Camargo Corrêa e da Construtora Queiroz Galvão, com participações de 49,5% no capital cada uma, além da fatia de 1% da PJMR Empreendimentos. O projeto conta com a parceira tecnológica da Samsung Heavy Industries, segundo maior estaleiro mundial em construção de navios e plataformas offshore.
O empreendimento terá grande impacto econômico na região, com a criação prevista de 5 mil empregos diretos e 20 mil empregos indiretos, possibilitando também a formação de um pólo de indústrias de suporte à construção naval do Estado de Pernambuco.
Entre os méritos do empreendimento, destacam-se a revitalização da indústria nacional da construção naval e a economia de divisas pela substituição de embarcações de bandeira estrangeira atualmente em operação no País.
O novo estaleiro contribuirá ainda para o aquecimento de diversos setores industriais fornecedores de insumos e bens intermediários, entre eles o metalúrgico, siderúrgico e químico, que atenderão ao objetivo de nacionalização de até 65% das embarcações.
Localizado próximo à futura refinaria da Petrobras, onde haverá grande circulação de navios petroleiros, o Estaleiro Atlântico Sul deverá se tornar importante centro de manutenção e reparos.
O estaleiro terá uma área de 600 mil m² dedicada exclusivamente à construção naval, além de um cais de 750 metros de extensão, permitindo o acabamento simultâneo de até três navios Suezmax. Terá também área exclusiva para construção de estruturas offshore.
Fonte: Gazeta Mercantil
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