Valor Econômico
Um apagão atingiu o Chile na segunda-feira, deixando mais da metade dos 15 milhões de habitantes sem energia elétrica. O blecaute, que afetou bairros de Santiago por pelo menos meia hora, aconteceu pouco depois de o presidente chileno, Ricardo Lagos, negar que o país pudesse sofrer cortes de energia caso não haja maiores importações de gás argentino.
O governo disse que o problema não se deu por causa da falta de gás, e sim por queda de transmissão. Entretanto a questão com a Argentina, que vem diminuindo o fornecimento de gás por causa de seus próprios problemas energéticos, foi lembrada pela maior parte dos analistas do setor.
A Comissão Nacional de Energia chegou a atribuir a falta de energia às restrições argentinas ao envio de gás. Horas depois, um comunicado do ministro da Economia chileno, Jorge Rodríguez, rejeitou essa versão e disse que o problema se deu por causa da queda de uma linha de transmissão vinda da hidrelétrica de Ancoa-Charrúa.
Renato Agurto, assessor do governo que ajudou a elaborar o projeto de reforma energética, disse o risco de apagões é crescente no país. Se nada for feito, o risco, calculado em 6% para 2006, quadruplicaria no ano seguinte e quintuplicaria em 2008. O projeto está no Senado para ser votado.
Uma reportagem do jornal "La Tercera" chegou a prever apagões para a partir de março do ano que vem. O "Mercúrio", outro diário da capital chilena, afirma que empresas geradoras do norte do país estão estudando a construção de um gasoduto para utilização de gás peruano, caso continue a diminuição do fornecimento argentino.
O setor industrial chileno, que é um dos mais afetados pela diminuição da oferta de gás argentino, exige que o governo aja com mais firmeza nas negociações com a Argentina para forçar o país vizinho a cumprir acordos firmados na década passada.
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