<P>A Engenharia Costeira deve ser entendida como um importante fator para a integração do transporte brasileiro. Essa é a opinião do superintendente de Navegação Interior da ANTAQ, Alex Oliva, que participou, nesta quarta-feira (9), do segundo dia do workshop Panorama Atual e Futuro da Engenha...
AssessoriaA Engenharia Costeira deve ser entendida como um importante fator para a integração do transporte brasileiro. Essa é a opinião do superintendente de Navegação Interior da ANTAQ, Alex Oliva, que participou, nesta quarta-feira (9), do segundo dia do workshop Panorama Atual e Futuro da Engenharia Costeira no Brasil. O evento termina hoje (10) e é realizado na sede da Agência, em Brasília.
O superintendente afirmou que, ao formar profissionais capacitados, a Engenharia Costeira irá contribuir para a multimodalidade do transporte brasileiro. “Esses especialistas poderão auxiliar na integração entre transporte marítimo, transporte fluvial e porto. Essa integração é importante para o desenvolvimento do país”, ressaltou.
Alex Oliva aproveitou a presença de representantes dos meios acadêmico, governamental e empresarial e enalteceu a importância da construção de eclusas para garantir a navegabilidade dos rios brasileiros. Disse, também, que a hidrovia deve ser entendida como mitigação ambiental. “É preciso acabar com esse pensamento de que a implementação de hidrovias prejudica o meio ambiente. Isso é uma falácia, uma má interpretação da técnica. O transporte por hidrovia precisa de matas ciliares, emite menos gás carbônico do que os outros modais, é mais seguro e mais econômico.”
Durante seu discurso, o superintendente de Navegação Interior lembrou que a Bélgica tem uma malha hidroviária de 1450km e, no país europeu, os especialistas afirmam que investir em hidrovia é investir em meio ambiente. “No Brasil, só o rio Parnaíba tem 1440km de extensão. Portanto, precisamos investir no potencial hidroviário brasileiro e ajudar o meio ambiente e as nossas futuras gerações”, afirmou.
Temas
No workshop, até hoje (10), os participantes irão debater quatro temas: normatização e regulamentação técnica para a engenharia costeira; fomento à educação, à pesquisa e à inovação tecnológica; relacionamento entre universidade e empresa e criação de redes cooperativas.
Em relação ao primeiro tema, a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Nara Rosauro, propôs diversas ações para desenvolver a Engenharia Costeira no Brasil, entre elas a criação de uma Associação Brasileira de Engenharia Costeira e Portuária, de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de um grupo de trabalho junto ao Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea).
De acordo com Nara Rosauro, a criação da associação, da Oscip e do grupo de trabalho facilitará a comunicação com outros atores relacionados à Engenharia Costeira. “Isso iria aumentar a facilidade de contato com o Ministério do Meio Ambiente, com o Confea e outros órgãos governamentais”, citou.
Sobre o fomento à educação, os debatedores chegaram ao consenso de que existe a necessidade de implantação de políticas/programas de incentivo específicos para a Engenharia Costeira; de inclusão de conteúdos em cursos de graduação de Engenharia Civil; de programa de pós-graduação interinstitucional no âmbito nacional; de produção de material bibliográfico em língua portuguesa atendendo aos níveis de graduação e pós-graduação; e de apoio a curso de formação interinstitucional e à distância.
Universidade e empresa
Já no tema “relacionamento entre universidade e empresa”, o professor André Guimarães, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), apontou outras sugestões para o desenvolvimento da Engenharia Costeira no Brasil. Uma delas seria incentivar as universidades a abrirem concurso e aumentar salários de forma a estimular a procura pela área de Engenharia Costeira. Outras propostas apresentadas foram a de incentivar o repasse do conhecimento da universidade à iniciativa privada e a inserção de profissionais de Engenharia Costeira em prefeituras de cidades litorâneas.
Durante o workshop, os participantes também detectaram a necessidade de se fazer uma rede cooperativa visando ao desenvolvimento da Engenharia Costeira. De acordo com os especialistas, essa rede seria dividida em sub-redes, que abordariam diversos temas, entre eles o monitoramento dos processos oceanográficos costeiros, dragagem portuária e disposição final do material dragado e integração entre bacias hidrográficas e sistemas costeiros.
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