Política

AGU defende licitação de portos e critica uso de parecer

O chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), ministro Luís Inácio Adams, defendeu na quinta-feira (21) a licitação dos terminais arrendados em portos públicos antes de 1993 e classificou como "indução ao erro dos juízes" os argum

Valor Econômico
22/03/2013 16:19
Visualizações: 57 (0) (0) (0) (0)
O chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), ministro Luís Inácio Adams, defendeu na quinta-feira (21) a licitação dos terminais arrendados em portos públicos antes de 1993 e classificou como "indução ao erro dos juízes" os argumentos de operadores com contratos vencidos que obtiveram liminares contra a decisão do governo. Pelo menos três pedidos de liminares usaram um parecer da própria AGU, emitido em julho de 2011, para contestar nos tribunais a impossibilidade de haver extensões contratuais.

"O uso do parecer me parece absolutamente indevido. A Justiça está sendo induzida ao erro", disse Adams ao 'Valor', preocupado em esclarecer a posição do órgão que chefia e apontando uma "confusão mal intencionada" por parte dos operadores. Em 1993, entrou em vigência a Lei 8.630, que define o marco regulatório do setor. Donos de terminais arrendados antes disso queriam aproveitar a Medida Provisória 595 (MP dos Portos) para que seus contratos fossem adaptados à legislação. Em troca, prometiam investimentos de R$ 10 bilhões. O governo argumentou que essa possibilidade não tinha amparo legal e definiu que os terminais deveriam ser licitados, ao término de seus contratos. "Aquilo que está vencido, tem que ser licitado", enfatizou o ministro.

Segundo ele, o parecer da AGU que tem sido usado pelos operadores de terminais arrendados antes de 1993 prevê a possibilidade de adaptação dos contratos, mas com três ressalvas importantes. A primeira é que haja cláusula de renovação nos contratos originais. Outra ressalva é que o período de renovação deverá ser pelo mesmo tempo do contrato original, e não por mais 25 anos, como agora querem os operadores. Por último, tudo isso "é submetido a um juízo de conveniência da administração pública", de acordo com Adams.

O ministro destacou esse último ponto. "Mesmo admitindo a possibilidade de renovação, não é algo compulsório", disse. Ele comparou a situação ao que ocorreu no setor elétrico, em 2012, quando o governo decidiu propor novos termos à prorrogação de concessões de usinas hidrelétricas da estatal mineira Cemig e da paulista Cesp. Algumas usinas podiam ter prorrogação dos contratos por 20 anos, mas dependendo do "interesse público". O governo impôs novas condições. Como não houve aceitação da Cemig e da Cesp, as hidrelétricas deverão ser relicitadas.

O parecer de 2011, que Adams adverte estar sendo usado "indevidamente" nos pedidos de liminares, complementa outro documento da AGU - o parecer nº 45 de 2010 - e assim deve ser lido. "São dois entendimentos em perfeita sintonia", acrescenta o consultor-geral da União, Sérgio Eduardo de Freitas Tapoty. O documento conclui que é "imperiosa" a retomada dos terminais com contratos vencidos para licitação.

Adams evitou se aprofundar sobre o que ocorrerá caso o relator da MP 595, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), mude o texto original do governo e abra a possibilidade de renovação dos contratos. Esse é um dos pleitos levados ao Palácio do Planalto pelo empresário Jorge Gerdau. "Como isso vai ser tratado pelo relator, é uma decisão do Congresso", disse o ministro da AGU, sem entrar na análise de nenhuma hipótese.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Belo Horizonte
Inovação e transição energética serão alguns dos temas d...
11/10/24
Rio Grande do Norte
Petrobras irá investir R$ 90 milhões na construção da pr...
11/10/24
Pré-Sal
PPSA registra recorde de arrecadação de R$ 1.4 bilhão em...
11/10/24
Reconhecimento
Radix é destaque entre as Melhores Empresas para Trabalh...
10/10/24
Firjan
Indústria fluminense cresce 5% no 2º trimestre do ano em...
10/10/24
Brasil
Entra em vigor a "Lei do Combustível do Futuro"
10/10/24
Evento
Tecnologia e negócios se encontram na maior feira de ino...
10/10/24
Transição Energética
Transição energética justa só existe se o consumidor for...
10/10/24
Mato Grosso do Sul
Cristiane Schmidt da MSGÁS vê com preocupação impacto da...
10/10/24
Apoio Offshore
Petrobras aprova contratação de 10 novas embarcações par...
09/10/24
TN 151 - Especial ROG.e 2024
Entrevista exclusiva com Sylvia dos Anjos, diretora exec...
09/10/24
Amazonas
Cigás ultrapassa meta anual de usuários contratados
09/10/24
Conteúdo Local
Audiência pública da ANP debate relatórios de conteúdo local
08/10/24
Etanol
FS realizará segunda fase de investimento no projeto BEC...
08/10/24
Gás Natural
Iniciativa privada anuncia R$ 5,7 bilhões até 2030 em so...
08/10/24
Evento
Ultragaz participa do evento Liderança Verde Brasil Expo
08/10/24
Posicionamento IBP
Sanção do PL Combustível do Futuro
08/10/24
Resultado
Fator de Utilização das Refinarias (FUT) da Petrobras ch...
08/10/24
Certificação
Usina termelétrica da Petrobras recebe certificação inte...
07/10/24
PD&I
ExxonMobil investe mais de R$ 200 milhões em projetos de...
07/10/24
Internacional
Potencial descoberta de gás na Colômbia é divulgado pela...
07/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20