O secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio, Julio Bueno, disse que o vazamento de petróleo no campo de Frade, operado pela empresa Chevron na Bacia de Campos, pode dar visibilidade às discussões sobre a divisão dos royalties e a importância que os recursos podem ter para o estado.
Apesar de ressaltar que um acidente “nunca é normal”, o secretário acredita que, quando comparado a outros acidentes pelo mundo na indústria do petróleo, o vazamento da Chevron “não pode ser considerado um grande acidente”. Ele participou do Fórum de Óleo e Gás, promovido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef).
O assessor da presidência da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Luiz Eduardo Duque Dutra, disse durante palestra que é preciso ter “prudência” para avaliar e julgar o acidente. Ele aproveitou para reclamar da falta de pessoal especializado no setor de óleo e gás no Brasil.
De acordo com o assessor, a ANP está formando seus quadros e a Petrobras tem quadros tradicionais, mas existe um problema geracional de pessoal qualificado para trabalhar com o setor de exploração de petróleo. “Se o problema é cultural, é fundamental hoje a sociedade se preocupar com a formação das novas gerações e pensar que a segurança do petróleo é importante, principalmente para uma exploração que caminha para depender exclusivamente das águas ultraprofundas. A segurança tem que ser estrita”, disse.
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos De Luca, disse que o acidente trouxe prejuízos para a indústria como um todo e lembrou que se trata de uma indústria que trabalha com riscos. “Ninguém pode dizer que está totalmente livre de acidentes. Não podemos eliminar as chances de acidentes, podemos minimizar, e todo mundo faz isso. Mas é sempre preciso divulgar amplamente as causas de um acidente, para que outros nos mesmos moldes não aconteçam”, disse. “É preciso tirar o lado emocional da discussão”, acrescentou.