Internacional

Trump pode endurecer posição sobre petróleo com Irã, mas aumentar irritação da China, dizem analistas

Reuters, 07/11/2024
07/11/2024 11:38
Visualizações: 939

O retorno do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca pode significar uma aplicação mais rígida de sanções norte-americanas contra o Irã relacionadas ao petróleo, o que pode reduzir os suprimentos globais, mas também acarretar riscos geopolíticos, incluindo a ira de seu principal cliente, a China, de acordo com analistas.

A repressão ao Irã, membro da Opep, daria suporte aos preços globais do petróleo, mas o efeito também poderia ser compensado por outras políticas de Trump, como medidas para expandir a perfuração doméstica, a imposição de tarifas sobre a China, que poderia deprimir a atividade econômica, ou uma flexibilização das relações com a Rússia, o que poderia liberar suas remessas de petróleo sob sanções.

"Trump é uma faca de dois gumes em relação aos preços do petróleo", disse Clay Seigle, membro do conselho do Comitê de Relações Exteriores de Houston e presidente de seu Comitê de Finanças.

As exportações de petróleo bruto do Irã atingiram o nível mais alto em anos em 2024 porque o país encontrou maneiras de contornar as sanções punitivas que visam sua receita. Trump reimpôs as sanções durante seu primeiro mandato como presidente após retirar unilateralmente os EUA de um acordo nuclear ocidental com Teerã em 2018.

O republicano Trump disse durante sua campanha que a política do presidente norte-americano, Joe Biden, de não aplicar rigorosamente as sanções à exportação de petróleo enfraqueceu Washington e encorajou Teerã, permitindo que ele vendesse petróleo, acumulasse dinheiro vivo e expandisse suas atividades nucleares e influência por meio de milícias armadas.

Jesse Jones, diretor de upstream da América do Norte na Energy Aspects, disse que o retorno do governo Trump a uma campanha de pressão máxima sobre o Irã poderia levar a uma redução de um milhão de barris por dia (bpd) das exportações iranianas de petróleo bruto.

"Isso poderia ser feito com relativa rapidez sem legislação adicional, apenas aplicando as sanções que já estão em vigor", disse.

O grupo de pesquisas ClearView Energy Partners estimou que cerca de 500.000 bpd a 900.000 bpd poderiam ser retirados do mercado.

"A PERGUNTA DE UM MILHÃO DE DÓLARES"

No entanto, uma postura mais rígida em relação ao Irã também significa reprimir a China, que não reconhece as sanções dos EUA e é o maior cliente de petróleo da República Islâmica.

"A pergunta de um milhão de dólares é quanta pressão financeira significativa você está disposto a exercer sobre as instituições financeiras chinesas", disse Richard Nephew, professor da Universidade de Columbia e ex-enviado especial adjunto dos EUA para o Irã.

Nephew disse que a China poderia retaliar fortalecendo o trabalho no grupo Brics de economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros, inclusive reduzindo a dependência do dólar em negócios com petróleo e outros produtos.

Trump falou no Clube Econômico de Nova York em setembro sobre os riscos que as sanções podem trazer para o domínio do dólar.

"Eu usava sanções, mas eu as aplicava e as retirava o mais rápido possível, porque, em última análise, elas acabam com o dólar e com tudo o que o dólar representa", disse Trump na ocasião.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Apoio Offshore
OceanPact assina contrato de R$ 697 milhões com Petrobra...
20/12/24
Curso
Firjan SENAI e PRIO promovem Hackathon Reação Offshore
20/12/24
Parceria
Petrobras assina Protocolo de Intenções com a CSN
20/12/24
Petrobras
Unidade de SNOX na RNEST entra em operação
20/12/24
Etanol
Câmara aprova programa de incentivo a fontes renováveis ...
20/12/24
Evento
Transformação Digital na indústria offshore: como Dados,...
20/12/24
Energia Solar
Eneva declara comercialização total de Futura com novo c...
19/12/24
Negócio
PetroReconcavo avança em compra de 50% de infraestrutura...
19/12/24
Gás Natural
Eneva assina primeiro contrato de suprimento industrial ...
18/12/24
Canadá
CCBC abre escritório em Fortaleza para contribuir com a ...
18/12/24
Rio de Janeiro
Naturgy e Petrobras firmam acordo para nova redução do p...
18/12/24
Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
Shell Brasil vence Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 20...
17/12/24
Usinas Flexíveis
Confiabilidade do sistema elétrico dependerá de sistemas...
17/12/24
Brasil
PLP 68/2024: grave desequilíbrio no mercado de petróleo ...
17/12/24
Drilling
Constellation anuncia contrato de US$ 528 milhões com a ...
17/12/24
Combustíveis
Gasolina volta a subir após três meses de estabilidade, ...
17/12/24
Resultado
Shell NXplorers encerra sua 8ª edição no Brasil com resu...
17/12/24
Combustíveis
PLP 68/2024 : Regulamentação da Reforma Tributária Exten...
16/12/24
Pré-Sal
FPSO Alexandre de Gusmão sai da China a caminho do Brasi...
16/12/24
Margem Equatorial
Petrobras usará tecnologia da Nasa para monitorar a Marg...
16/12/24
PPSA
Produção de petróleo da União ultrapassa 100 mil bpd em ...
16/12/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.