Etanol

Acreditem, o Rio ainda tem cana, canavieiros que viraram usineiros, e nova usina chegando

Money Times, 05/10/2022
05/10/2022 16:34
Visualizações: 1049

A precariedade da produção sucroenergética fluminense consegue ser driblada pelos produtores da região de Campos dos Goytacazes. Para um grupo associativo que moeu em torno de 834 mil toneladas em uma safra inteira, coisa que qualquer usina do Centro-Sul é capaz de moer em menos de uma semana, ainda vem outra indústria pela frente.
A Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), de Sapucaia, vai botar para funcionar a coirmã Coagro Paraíso, ao custo -- só industrial -- de R$ 50 milhões. A empreitada vai ser para 2023.
Foi a única usina que restou, em condições minimamente operacionais, da bancarrota generalizada do setor no Norte fluminense, e, como a de Sapucaia, foi adquirida durante a recuperação pelos cooperados dali, diz o empresário Tito Inojosa, vice da cooperativa e presidente da Associação Norte Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan).
As duas se confundem, como se confundem com a história da cana no Rio, onde a canavicultura brasileira teve início.
Já foram mais de 22 usinas e mais de 15 mil produtores. Hoje, a decadência se revela em três indústria apenas, contando com a Agrisa, em Cabo Frio, e a Canabrava também na Baixada Campista.
No total, são de 70 a 80 mil hectares de cana, que, na média máxima, atinge apenas 50 toneladas/ha.

Micro produtores
São 10 mil pequenos produtores, de no máximo 15 hectares, salvo pouco maiores como o Inojosa, de família que começou produzindo em Alagoas e foi descendo até chegar em Campos. Seu pai, Evaldo Inojosa, foi presidente do Instituto Açúcar e Alcool (IAA), extinto por Fernando Collor em 1990.
A Asflucan, filiada à nacional Feplana, há 78 anos tenta manter a chama da produção no estado e foi a entidade que deu vida à Coagro Sapucaia.
cana processada nesta safra (834 milt/t), que já terminou porque não tinha mais cana, foi 70% das 1,1 a 1,2 milhão de toneladas processas, em total estadual que não inclui Usina Agrisa (que tem cana própria) -- e não inclui a Canabrava, grupo também antigo, cheio de complicações jurídicas, "e que não informa nunca nada". A previsão para o ciclo era de 1,7 milhão/t de cana, como no ano anterior.
Tudo vai para a Coagro Sapucaia -- cuja capacidade é de 1,5 milhão/t -, um pouco para uma usina no Espírito Santo e um pouco de cana "ruim, mais barata de produzir", de produtores que ganham ainda por quilo e não por ATR, e entregam para a Usina Canabrava.
Do que a cooperativa trabalhou, 64% viraram açúcar e o resto etanol anidro.
Com arrendamento de terras em torno da Coagro Paraíso, cana nova sendo plantada, e a unidade entrando em operação "experimental em 2023 a já plena a partir de 2024", Tito Inojosa acredita que possa haver alguma redenção.
Parte da decadência da produção ainda precisa ser reparada e já vem de décadas. Com uma rede de canais de mais de 1,4 mil kms deteriorados, os canavieiros não conseguem aguentar o clima errático.

Infraestrutura deteriorada
Quando não chove, os canais deveriam servir para irrigação, como neste ano, que, de acordo com o empresário, só choveu 48 mm durante a safra. Quando chove, os canais deveriam servir para escoamento das águas em uma planície sem vazão mais lisa que mesa de sinuca. Em 2021 choveu demais.
"Perdemos cana na enchente e neste ano na seca", conta, lembrando que muitos financiamentos conseguidos, inclusive no exterior, para manutenção e ampliação morreram pelo caminho, em uma mistura de problemas políticos federal e estadual, com ex-governador e ex-prefeito de Campos, Anthony Garotinho (União Brasil), no meio. "Perseguiu muito a gente", diz, sem explicar.
O resto dos problemas veio no embalo, com o fim do IAA, mais as políticas de congelamento de preços, do ministro da Fazenda Dílson Funaro (governo Sarney) ao último, do governo Dilma Rousseff.
Sim, o Rio ainda tem cana, e, na semana passada a Asflucan promoveu o 5° Seminário da Cana de Açúcar em Campos dos Goytacazes, com a presença de especialistas e lideranças que vão tentar ajudar a história da cana fluminense ser recontada.
Entre eles, Paulo Leal, presidente da Feplana, e Alexandre Lima, vice, e presidente da Coaf, a usina cooperativista do Norte de Pernambuco, que se espelhou na Coagro Sapucaia para levantar a antiga usina Cruangi, segundo Tito Inojosa.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Marquise Ambiental apresenta soluções em resíduos indust...
30/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Bahia Oil & Gas supera expectativas e consolida sua impo...
29/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Petroborn planeja investir US$ 35 milhões no Nordeste
29/05/25
Pré-Sal
FPSOs da MODEC impulsionam produção de petróleo e gás, s...
29/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
GBS Storage debate projeto inédito de estocagem de gás n...
29/05/25
Comemoração
BDEP ANP faz 25 anos
29/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Bahia Oil and Gas 2025 abre com debates estratégicos sob...
28/05/25
Sergipe Oil & Gas 2025
No próximo dia 03/06 acontece o evento de lançamento do ...
28/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Tiger Rentank marca presença no 1º dia da Bahia Oil & Ga...
28/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Bahiagás destaca integração das Energias no Bahia Oil & ...
27/05/25
Parceria
ANP faz parceria com Marinha para início de trabalhos pa...
26/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Autoridades confirmam participação no 2º maior evento de...
26/05/25
Evento
FenaBio estreia na Fenasucro & Agrocana como novo espaço...
26/05/25
Pré-Sal
Consórcio de Libra anuncia primeiro óleo do FPSO Mero-4 ...
26/05/25
Oferta Permanente
5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão: divulgada a ...
26/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Começa nesta quarta (28) o maior evento de petróleo e gá...
26/05/25
Pré-Sal
ANP autoriza entrada em operação de plataforma no campo ...
22/05/25
ANP
Valores referentes à produção de março para contratos de...
22/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Tenaris destaca soluções comprovadas em campo para proje...
22/05/25
Renováveis
Acelen Renováveis dá início ao plantio da macaúba em Cac...
22/05/25
OTC HOUSTON 2025
Empresas brasileiras geram US$ 316 milhões em negócios d...
21/05/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22