Instalada em um espaço de 576 hectares e com duas empresas já asseguradas, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém, localizada na cidade de São Gonçalo do Amarante, deverá ter sua área alfandegada ampliada após outros empreendimentos formalizarem interesse em se estabelecer no local.
Conforme o presidente da ZPE Ceará, Eduardo Macêdo, a empresa está reunindo protocolos de intenção firmados com empresários, de vários segmentos, que pretendem se instalar na área da ZPE.
Ele afirma, porém, optar por não divulgar quantos protocolos de intenção a ZPE já firmou, uma vez que os documentos não refletem realmente quantas empresas deverão se instalar no Estado. Em média, informa, apenas 30% dos protocolos firmados se convertem de fato em novos empreendimentos.
De acordo com Macêdo, a ideia é apresentar os documentos ao Conselho Nacional das ZPEs, para "justificar" a ampliação. "Estamos fazendo um cadastro. É muito mais fácil atender um grupo de empresas (do que uma sozinha)", destaca. Segundo o presidente da ZPE Ceará, a área que será ampliada ainda não está definida, mas a expectativa é iniciar o processo ainda neste ano.
Macêdo ressalta que será feito um segundo alfandegamento, que deverá ser mais rápido do que o anterior. "Como vai ser só uma ampliação, vai ser mais simples, até porque os sistemas operacionais e de TI (tecnologia da informação) já existem".
Parceria
Além disso, acrescenta, a empresa, visando à ampliação, pretende firmar uma parceria com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) para incrementar a infraestrutura na região, envolvendo a ampliação de vias. "Nós temos uma limitação hoje, que é a questão geográfica".
Nova etapa
Conforme Eduardo Macêdo, a ZPE do Pecém deverá finalizar, nesta semana, a fase de testes em que se encontra. Hoje e amanhã, afirma, será executada a segunda etapa da operação piloto. "Isso sendo validado pela Receita Federal, passamos, a partir de segunda-feira, a ter uma operação plena. E aí, nós não vamos parar mais", frisa.
Ele também comenta que a ZPE Ceará ainda tem como obstáculo a falta de conhecimento, por parte de possíveis investidores, sobre o funcionamento de uma Zona de Processamento de Exportação. De todo modo, ressalta, a empresa já atua com um calendário de visitas de investidores, com os quais tem mantido contatos que podem se tornar parcerias efetivas.
Vale: materiais chegam até agosto
Os materiais necessários à construção da Vale Pecém - usina que será responsável por fornecer à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) o minério a ser utilizado durante sua operação - começarão a chegar em julho ou agosto próximos. De acordo com o presidente da ZPE Ceará, Eduardo Macêdo, a carga deverá ser embarcada na China, no próximo mês, e demorar 40 dias para chegar ao estado.
A nova usina irá receber minérios extraídos pela Vale em outros estados e atuará no beneficiamento (principalmente na etapa conhecida como "blendagem") do produto. Após esse processo, o minério será fornecido à CSP. Ao todo, a unidade poderá fornecer 5 milhões de toneladas de minério a cada ano. Ela será instalada em uma área de 40 hectares, dentro do espaço destinado à CSP.
A Vale é uma das sócias da siderúrgica, com 50% de participação nas ações do empreendimento. Macêdo informa que, até o fim do ano, a ZPE receberá, em média, 500 mil metros cúbicos de materiais que serão usados para a construção da CSP.