Valor Econômico
Vendas nos primeiros três meses do ano já haviam caído 5%
A Weg deve apresentar recuo das vendas no balanço do segundo trimestre. A empresa não revela os números, mas já admite que a valorização do real prejudicou o faturamento. A empresa apresentou vendas ligeiramente menores no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre (5%).
"Diria que o segundo trimestre não mostra todo o brilho do primeiro", disse o presidente da Weg, Décio da Silva. Ele prefere não usar o termo piora das vendas e acredita em um bom segundo semestre, embora avalie que a situação do dólar é "preocupante". Isso porque a Weg concentra cerca de 40% do seu faturamento no exterior.
Para o analista da Leme Investimentos, Adriano Marques de Sousa, a expectativa é de que no resultado a ser divulgado sobre o segundo trimestre, as vendas da Weg tenham recuado cerca de 7% em relação ao primeiro trimestre, se projetado um câmbio médio no período de R$ 2,45.
A empresa realizou alguns aumentos de preços no primeiro trimestre para compensar o efeito do câmbio, de forma a também melhorar sua margem. Silva diz que a Weg passou a substituir fornecedores nacionais por estrangeiros para aproveitar de alguma forma a valorização do real. "Aproveitamos o preço mais atrativo", diz. Segundo ele, a importação de janeiro a maio desse ano foi 35% maior do que no mesmo período do ano passado, e concentrou-se principalmente no cobre. Na última semana, o mercado mostrou preocupação com o preço do cobre, que apresentou picos de alta, acima até mesmo do esperado.
"Ainda acreditamos em um segundo semestre melhor", disse Silva. Perguntado sobre os impactos da crise do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ele respondeu: "minha especialidade não é política, é cuidar da empresa", acrescentando que apenas espera que os problemas sejam solucionados.
Embora com o cenário adverso vivido nos primeiros meses do ano, Silva ainda não revisou as metas de vendas para o ano - total de faturamento de R$ 3,3 bilhões -, nem os investimentos previstos e pretende continuar aplicando cerca de 3% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
Na semana passada, a Weg conseguiu seu maior financiamento junto à Finep, financiadora de estudos e projetos, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A Finep aprovou R$ 60 milhões, que serão usados nos próximos três anos para desenvolvimento de diversos projetos. De acordo com o presidente da companhia, serão cerca de 100 projetos diferentes, que envolvem todas as divisões da Weg. Entre os projetos, ele destacou a melhora na produtividade que pode trazer um novo laboratório.
A receita líquida da Weg no primeiro trimestre foi de R$ 578 milhões ante R$ 464,2 milhões no mesmo período do ano anterior. A expectativa do mercado é de que a empresa tenha lucro líquido de R$ 350 milhões em 2005 ante R$ 403 milhões no ano passado.
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