Petroquímica

Vendas de resinas devem cair em 2011

Valor Econômico
26/09/2011 14:18
Visualizações: 985
Contrariando as perspectivas otimistas de expansão do início do ano, as vendas de resinas termoplásticas podem encerrar 2011 em queda ou ficar no zero a zero, segundo especialistas ouvidos pelo Valor. No primeiro semestre, esse mercado cresceu tímidos 2%, desempenho considerado frustrante, uma vez que as estimativas apontavam aumento médio de 7% para o ano. A desova dos altos estoques das indústrias nesses últimos meses e a desaceleração econômica deram um tom baixista para esse segmento.

"Esperávamos um crescimento entre 6% e 8% para 2011 no início deste ano. No segundo trimestre, reduzimos a expectativa para 3% a 4%. Agora, com o cenário mais nebuloso com a crise, contamos com uma estabilidade ou mesmo um recuo nas vendas", disse Otávio Carvalho da consultoria petroquímica Maxiquim.

Levantamento da Tendências Consultoria mostra que a produção de resinas deverá recuar 0,8% em 2011, com vendas 5,1% menores em relação a 2010. Walter Vitto, analista de petroquímica da consultoria, se respalda no desempenho da atividade industrial, que entre janeiro e julho teve crescimento de 1,4%. Para ano, expansão é estimada em 2%.

Rui Chammas, vice-presidente de polímeros da petroquímica Braskem, maior produtora de resinas das Américas, acredita em cenário mais otimista para o segundo semestre, estimulado pelo aquecimento econômico provocado pelas vendas de fim de ano. "Com a realidade mais recente do câmbio [valorização do dólar], podemos esperar uma notícia melhor, com a maior demanda por produtos nacionais."

No segundo trimestre, as vendas de resinas da Braskem ficaram em 366 mil toneladas, em linha com o trimestre anterior, ainda sob efeito da recuperação gradual nas taxas de utilização nas unidades do Nordeste, que foram afetadas pelo apagão.

O volume de importados no mercado doméstico chegou a 31% do total consumido, refletindo a apreciação do real, o crescente mercado de PVC e a entrada oportunista de material com benefícios fiscais via portos incentivados.

No acumulado do ano até julho, a produção de resinas registrou queda de 4%. As vendas recuaram 7,7% no período, de acordo com levantamento da Tendências Consultoria. As paradas para manutenção de petroquímicas, no primeiro semestre do ano, comprometeram a oferta de resinas no país. A consultoria destaca a paralisação das unidades da Braskem em Camaçari (BA), em fevereiro; de Triunfo (RS) e de Mauá (SP), em abril; além da Solvay Indupa, em maio. As estimativas para 2012 são mais otimistas, uma vez que o setor deverá se favorecer pela perspectiva de crescimento de 3,8% para a produção industrial e de 3,7% para o PIB, além da baixa base de comparação deste ano. Em julho, segundo dados da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), a produção e as vendas de resinas recuaram 12,1% e 19,3%, respectivamente, ante igual mês de 2010.

Os preços do polipropileno (PP), uma das principais matérias-prima para a produção de plásticos e embalagens, estavam cotadas, na média, em US$ 2.070 a tonelada, no mercado americano, no segundo trimestre, alta de 14% sobre o primeiro trimestre. A expectativa era de queda para o terceiro trimestre.

"Embora a ponta da cadeia [indústrias de alimentos e bebidas, por exemplo] continue vendendo, a cadeia é longa. A produção [de resinas] está incluída em bens intermediários, mais suscetíveis a preços", observa Carvalho, da Maxiquim.

Segundo José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a terceira geração do setor petroquímico, a indústria de transformação, tem sido afetada com esse cenário de desaquecimento do setor. "Os custos em alta e os importados inibem o crescimento", afirmou. Essa cadeia representa cerca de 12.500 empresas. "Para cada um empregado na indústria de resina, são cerca de 30 na de transformação", disse. "Estamos perdendo competitividade."
Mais Lidas De Hoje
veja Também
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Foresea é vencedora do 8º Prêmio Melhores Fornecedores P...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
Premiação
Empresa baiana atendida pelo Sebrae vence Prêmio Melhore...
31/10/25
Energia Solar
Axial Brasil inicia montagem de trackers solares em usin...
31/10/25
Bacia de Santos
bp avança nos planos para a significativa descoberta de ...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Seagems conquista pela quarta vez o Prêmio Melhores Forn...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil conecta potencial da Margem Equatorial a inve...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Nova versão do Painel Dinâmico de Emissões de Gases de E...
30/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.