Pesquisadores informam ter encontrado os primeiros sinais de que o derramamento de petróleo no Golfo do México está alterando a rede alimentar submarina, ao matar ou contaminar algumas criaturas e a estimular o desenvolvimento de outras, mais adaptadas ao ambiente sujo.
Perto da região do derramamento, cientistas documentaram uma alta mortandade de pirossomos, organismos gelatinosos que servem de alimento para tartarugas marinhas. Ao longo da costa, gotículas de óleo estão sendo encontradas no interior da carapaça de caranguejos jovens que são o principal ingrediente da dieta de peixes, tartarugas e pássaros. E, na base da cadeia alimentar, organismos minúsculos que consomem óleo e gás estão proliferando.
Se esses impactos continuarem, os cientistas advertem que uma alteração da vida marinha poderá ter um efeito cascata em todo o ecossistema e pôr em perigo a indústria pesqueira da região. Autoridades federais afirmam que os impactos não são irreversíveis, e que nenhum fruto do mar contaminado foi encontrado até o momento. Mas o deputado Ed Markey, que chefia o comitê parlamentar que investiga o vazamento, advertiu que o problema ainda está se desdobrando, e que o óleo tóxico pode entrar nos estoques de alimentação humana à medida que os predadores consomem a vida marinha contaminada.