Diário do Nordeste
A mineradora Vale registrou lucro líquido de R$ 1,466 bilhão, equivalente a ganho por ação de R$ 0,28, no segundo trimestre deste ano. O montante é 81,5% menor em relação ao segundo trimestre de 2008, quando foi de R$ 7,906 bilhões. A receita operacional foi de R$ 11,003 bilhões, com redução de 16,5% relativamente aos R$ 13,179 bilhões do primeiro trimestre.
O lucro operacional, medido pelo Ebit (lucro antes de juros e impostos), foi de R$ 2,189 bilhões, 47,2% menor que o primeiro trimestre deste ano, igual a R$ 4,149 bilhões. Após ser fortemente afetada pela crise financeira global, a Vale decidiu rever sua estratégia no setor siderúrgico para garantir demanda por minério de ferro. Com a mudança, a empresa brasileira vai deixar de ter uma posição minoritária nas novas usinas e passa a arcar sozinha com os custos iniciais de desenvolvimento do empreendimento. “Vamos tocar toda engenharia e o licenciamento. Depois que tudo estiver aprovado, aí sim, vamos atrair parceiros”, disse o diretor executivo de Ferrosos da companhia, José Carlos Martins.
A declaração deixa no cenário uma expectativa positiva para a Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP). Isso ocorre porque a direção da empresa já chegou a manifestar a intenção de ampliar a participação acionária na siderúrgica cearense.
A Vale chegou até a reforçar a área com a contratação de 20 pessoas e a criação de uma superintendência geral de engenharia de siderurgia.
Nova estratégia
A mudança de estratégia, segundo o executivo, tem como pano de fundo as dificuldades enfrentadas por alguns parceiros da Vale no setor. É o caso da chinesa Baosteel, que no ano passado desistiu de construir uma siderúrgica no Brasil, alegando problemas com licenciamento e o local para instalação da unidade. Martins acredita que a crise, que provocou uma forte retração na demanda por minério de ferro, também teve peso na decisão da companhia de mexer em sua estratégia para o setor siderúrgico. O executivo admite que a companhia brasileira foi a mais prejudicada pela crise, por ter grande parte de suas vendas destinadas a Europa e EUA, regiões mais afetadas pela queda do consumo de aço. “Ficou claro para nós que precisamos ter maior produção siderúrgica no ocidente. Uma maneira de se conseguir isso é atrair mais produção para esse lado do mundo”.
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