Jornal do Commercio
A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, disse que começou a prospectar potássio em dois locais no Nordeste do Brasil, depois que o governo ameaçou confiscar alguns depósitos não explorados pela empresa.
A Vale iniciou estudos dos depósitos de Santa Rosa de Lima e Pirambu Aguilhada, em Sergipe, onde já produz potássio na mina de Taquari-Vassouras, disse na sexta-feira uma fonte da empresa. Ela pediu que seu nome não fosse citado devido à política da Vale. Os estudos estão “adiantados” em Carnalita, outro depósito de potássio no estado, segundo ela.
A Vale poderá ter que desistir dos direitos a dois depósitos do fertilizante se não iniciar em breve a exploração, disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em 6 de agosto. A Vale está atualmente explorando apenas um dos três depósitos do fertilizante, disse Stephanes a jornalistas em Brasília, sem indicar quais são os depósitos. A Vale detém as concessões há 20 anos, segundo ele.
O principal executivo financeiro da Vale, Fábio Barbosa, disse em 4 de agosto que a empresa tem planos de se tornar uma protagonista mundial no setor de fertilizantes, explorando os seus próprios projetos. O Brasil precisa reduzir a dependência das importações de potássio devido ao crescimento da produção agrícola, disse João César de Freitas Pinheiro, diretor-adjunto do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que concede as licenças de exploração.
“O Brasil só consegue produzir 9% do potássio que consome. A Vale é a única com uma mina de potássio em produção atualmente”, disse Freitas Pinheiro em entrevista por telefone, na última quinta-feira. O País importa “maciçamente” do Canadá para atender o consumo anual de 4,5 milhões de toneladas, segundo ele.
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