Reuters, 25/10/2019
A Usiminas deve aumentar preços de aço no Brasil em 5% até o final do ano, afirmou o vice-presidente comercial da companhia, Miguel Camejo, nesta sexta-feira.
O executivo ressaltou, porém, durante teleconferência com analistas do setor, que o impacto do reajuste no preço médio dos produtos da companhia no quarto trimestre será pequeno.
A Usiminas informou mais cedo prejuízo de 139 milhões de reais para o terceiro trimestre, revertendo resultado positivo de 289 milhões obtido um ano antes.
Apesar disso, as ações da companhia subiam 2%, com analistas elogiando a geração de caixa da companhia e ações da empresa para reduzir endividamento de curto prazo, após emissão de 2 bilhões de reais em debêntures para pré-pagamento de credores.
Com isso, os próximos compromissos relevantes de dívida da empresa acontecem apenas em 2023, no valor de 711 milhões de reais, ante um caixa de 1,82 bilhão de reais.
O resultado da Usiminas saiu depois que a rival CSN divulgou na quarta-feira que fechou o terceiro trimestre com prejuízo de 871 milhões de reais, afetada em parte por atraso em reforma de alto forno.
Na véspera, executivos da CSN comentaram que viam espaço para reajuste nos preços de aço no Brasil, mas que esperavam estabilidade nos preços da liga no país neste final de ano e uma recuperação ligeira no início de 2020.
Assim, como a CSN, a Usiminas também está iniciando negociações de contratos de longo prazo de fornecimento de aço com clientes como montadoras de veículos, mas os executivos da empresa não indicaram valores pretendidos de reajuste.
Neste ano, o setor promoveu reajustes de mais de 20% nos preços do aço vendido ao setor automotivo.
O vice-presidente financeiro da companhia, Alberto Ono, afirmou durante a teleconferência que a Usiminas mantém projeção de investir 800 milhões de reais neste ano, com praticamente metade deste valor desembolsado no quarto trimestre. Para 2020, as estimativas preliminares apontam dispêndio de cerca de 1 bilhão de reais, seguido por outro bilhão em 2021.
Segundo Ono, após uma elevação no custo de produtos vendidos no terceiro trimestre, a Usiminas espera estabilidade no indicador nos três últimos meses do ano.
O executivo comentou que deve demorar mais 12 meses para a empresa decidir se vai levar adiante ou não projeto de instalação de uma nova linha de galvanização em sua usina em Ipatinga (MG). A previsão de prazo é a mesma informada em julho.
Questionado sobre se o mercado brasileiro comportaria uma nova linha de galvanização, Ono afirmou que o projeto está desenhado para atender outros mercados além do setor automotivo, incluindo construção civil, que “está expandindo o uso de galvanizados. Tem espaço para mais linhas porque tem potencial para substituição de importações”, afirmou o executivo.
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