O Governo planeja abrir no começo do próximo ano as licitações para construção e exploração do complexo portuário Barnabé-Bagres, o projeto de duplicação do Porto de Santos.

 A realização das concorrências será possível graças a um acordo firmado entre a Codesp e a operadora portuária Santos Brasil, autorizando esta última a desenvolver os estudos de viabilidade econômica e ambiental da obra. A expectativa é que o megaporto comece a ser construído no segundo semestre de 2009.

O cronograma foi revelado pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, na tarde de ontem, em entrevista concedida por telefone a A Tribuna. Segundo ele, a autorização para a Santos Brasil fazer os levantamentos, que devem custar entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, foi dada na última quarta-feira, depois de um pedido da empresa no início do mês.

Brito afirmou que a operadora deve iniciar os estudos imediatamente e entregar uma primeira etapa dos trabalhos até o final do ano. Ele garantiu, também, que o grupo portuário não terá qualquer vantagem para arrendar os terminais do novo complexo, mas será ressarcido dos gastos pelas empresas que vencerem as concorrências.

Os estudos, inclusive o licenciamento ambiental, devem ser concluídos no próximo semestre para a Codesp abrir as licitações dos terminais na sequência. Levando em conta que as concessões serão feitas no primeiro semestre, as empresas vencedoras irão investir na área a partir do meio de 2009, estipulou Brito. As novas instalações devem começar a operar a partir de 2014.

O novo porto deverá ser erguido entre as ilhas Barnabé e Bagres (que dão nome ao projeto) e no Largo Santa Rita, que fica entre elas. O complexo terá cerca de 6 milhões de metros quadrados, 11 quilômetros de cais e 45 berços de atracação, previstos para serem construídos em forma de dársenas. Atualmente, Santos tem 7,7 milhões de metros quadrados, 13 quilômetros de cais linear nas suas duas margens e 64 berços, considerando os projetos em desenvolvimento.

Com o novo empreendimento será possível aumentar o potencial de movimentação anual do complexo em 120 milhões de toneladas. Atualmente, a estrutura instalada do porto é suficiente para 110 milhões de toneladas, quase 30 milhões a mais que o volume operado no ano passado.

Barnabé-Bagres contempla terminais para contêineres e granéis sólidos e líquidos, que serão licitados isoladamente. Os estudos do projeto serão feitos por área. A cada conclusão, podemos iniciar a licitação. Sem o acordo, iríamos levar este ano inteiro só para licitar o projeto de viabilidade, concluiu.