O Estado de S.Paulo
Em um clima tenso, foi aprovada em assembleia ontem pela manhã a incorporação da petroquímica Triunfo pela Braskem. A Petrobrás, que afirma ser dona do controle da companhia gaúcha, conseguiu depois de uma guerra de liminares um parecer favorável no Supremo Tribunal Federal (STF) no fim da noite de segunda-feira. Assim, garantiu a realização da assembleia dos acionistas, em Porto Alegre, sede da empresa.
A família Gorentzvaig, fundadora da Triunfo, tenta há anos provar que detém o controle da empresa. Depois de conseguir uma liminar na Justiça que suspendia a assembleia, Boris Gorentzvaig esperava que a votação não acontecesse.
Os ânimos se exaltaram durante o encontro na sede da Triunfo e foi preciso contar com seguranças e a Polícia Militar para manter a situação sob controle.
Gorentzvaig, controlador da Petroplastic, lamentou em nota o resultado da assembleia. “Significa a incorporação do terceiro polo petroquímico, estabelecido no Rio Grande do Sul, pelo segundo polo petroquímico, situado na Bahia”, disse.
O empresário afirma ter oferecido R$ 350 milhões pelas ações da Triunfo em poder da Petroquisa (subsidiária da Petrobrás), mas que os papéis foram vendidos à Braskem por R$ 117 milhões. “Diante da absurda desvalorização da Triunfo, só cabe agora ao Ministério Público Federal se pronunciar sobre essa operação”, disse.
A Petrobrás apenas confirmou a incorporação por meio de comunicado. Agora, a Braskem começa a se familiarizar com a nova empresa até decidir sobre possíveis sinergias e investimentos. A Triunfo, que depois da incorporação deixará de existir, é a oitava companhia adquirida pela petroquímica do grupo Odebrecht.
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