Novo terminal terá uma área de 2 milhões de metros quadrados.
Valor EconômicoA companhia de concessões de infraestrutura Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e a Logz Logística Brasil, controlada por um dos fundos da BRZ Investimentos (pertencente à GP Investimentos), planejam construir um novo terminal portuário privado em Paranaguá (PR) em uma área de 2 milhões de metros quadrados. A notícia foi antecipada ontem à tarde pelo 'Valor'. Depois, a Triunfo confirmou a informação em fato relevante ao mercado.
Cada uma terá 50% da sociedade a ser formada e a intenção é operar o projeto a partir de 2019. Atualmente, nenhuma das duas empresas atua no porto paranaense.
As empresas planejam erguer o terminal em um terreno ainda não comprado. A área fica ao lado do Porto de Paranaguá. Já há um contrato de promessa de compra e venda assinado. Após a compra, as empresas ganhariam os direitos sobre a faixa de marinha adjacente. Apesar de o projeto ainda estar em desenvolvimento, o objetivo é movimentar granéis vegetais, açúcar, fertilizantes e carga geral - em contêineres ou não.
O terminal terá três berços, área de armazenagem de grãos e contêineres, acessos rodoviário e ferroviário, estacionamento de caminhões e até uma pera ferroviária que aumentará a eficiência da operação.
As duas companhias ainda estão em negociações contratuais que envolvem a necessidade de investimentos e forma de associação para a gestão do novo terminal. Ainda não há uma previsão de prazo para assinatura dos acordos de investimento e de acionistas, mas as tratativas estão em andamento.
A empresa Logz Logística Brasil é controlada por um dos fundos geridos pela BRZ - o Logística Brasil FIP. Esse fundo também tem em sua estrutura acionária uma participação da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), com 20%.
A BRZ Investimentos também é gestora de outro fundo, o BRZ ALL Fundo de Investimentos e Participações, que é signatário do acordo de acionistas da concessionária de ferrovias. Por meio dos diferentes fundos, a BRZ já investiu em empresas como Agrovia, Brado, Elog e Sascar.
A Triunfo tem hoje um terminal operacional voltado à movimentação de contêineres em Navegantes (SC), por meio do Terminal Portuário de Navegantes (Portonave). Nessa unidade, foram movimentados 705,8 mil TEUs (unidade que representa um contêiner de 20 pés) em 2013, um crescimento de 13,8% sobre 2012. Também tinha uma área em Santos (SP) que passou para o guarda-chuva da Vetria (empresa controlada pela ALL). Além disso, desenvolve um terminal em Manaus (AM).
A Triunfo está no controle do aeroporto de Campinas, no interior de São Paulo, e possui concessões de rodovias e hidrelétricas. A BNDESPar tem 14,8% da Triunfo.
A intenção das empresas é aproveitar a Lei dos Portos, de junho de 2013, que alterou o marco regulatório portuário. Foi liberado o Terminal de Uso Privativo, definido como instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado.
O projeto vai causar concorrência direta com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), hoje o único terminal voltado a esse tipo de carga na cidade. O TCP é o terceiro maior terminal portuário de contêineres do Brasil, e, desde 1998, opera sob regime de concessão no Porto de Paranaguá. Tem capacidade anual para 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). O TCP tem como acionistas o fundo de private equity Advent International, a Pattac Empreendimentos e Participações, TUC Participações Portuárias, Soifer Participações Societárias, Group Maritim TCB e Galigrain.
Procuradas, a Triunfo e a BRZ não comentaram o assunto.
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