<P>De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Brasil possui 10 mil quilômetros de hidrovias por onde foram transportadas 45 milhões de toneladas em 2005. Nas hidrovias, o País conta com 104 portos fluviais e embarcadouros, dos quais 35% estão na região amazônica. ...
DCI - Comércio Indústria & Serviços(SP)De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Brasil possui 10 mil quilômetros de hidrovias por onde foram transportadas 45 milhões de toneladas em 2005. Nas hidrovias, o País conta com 104 portos fluviais e embarcadouros, dos quais 35% estão na região amazônica. Granéis sólidos e líquidos, minério de ferro, madeira, celulose, entre outros, são os produtos movimentados. Atualmente, a hidrovia representa cerca de 13% na participação dos transportes no Brasil, mas já conta com projetos de expansão.
Um exemplo é a maior hidrovia do País, a Tiête-Paraná, que deverá receber aporte de R$ 100 milhões nos próximos quatro anos.
Obras de infra-estrutura e ampliação do calado (profundidade mínima de água necessária para a embarcação flutuar), deverão elevar o transporte de produtos em até 15% este ano. No ano passado, mais de 3,5 milhões de toneladas passaram pela hidrovia.
?Este ano, a expectativa é de um movimento de 4 milhões de toneladas em cargas com a utilização de quatro barcaças. Em 2007, a previsão é de que 6 barcaças com capacidade de até 9 mil toneladas cada façam o transporte na hidrovia. Com isso, será possível elevar a movimentação?, diz Oswaldo Rosseto Júnior, diretor do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo.
Na Tiête-Paraná, produtos como soja, farelo de soja, milho, trigo, sorgo, cana-de-açúcar, madeira e celulose são os mais movimentados. ?Também fechamos um contrato de prestação de serviços com a Transpetro para o suporte de álcool combustível?.
Esse contrato prevê que a Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) invista de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões, até o final de 2007, na chamada ?fase zero? de projeto que prevê adequações nos dutos já existentes, que hoje transportam derivados de São Paulo ao Rio. A fase 1, por sua vez, incluirá a construção de um duto de 150 quilômetros ligando Paulínia a Guararema, em São Paulo. Na fase 2, será implantado um terminal fluvial na hidrovia do Tietê, com o transporte do etanol, que depois seguirá para Paulínia.
A Carbocloro, indústria produtora de cloro com uma unidade em Cubatão, protocolou em julho o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA), para operar seu sistema de hidrovia no Porto de Santos. ?Apesar do potencial da hidrovia, encontramos entraves para a operação. A empresa já investiu US$ 1 milhão nos últimos 8 anos em estudos para a utilização da hidrovia em Cubatão?, diz Arthur César Whitaker, presidente.
Pelo projeto, a companhia irá realizar o transporte do sal que chega do Rio Grande Norte ou do México sem passar pelas vias do porto, utilizando o canal de navegação. Para tanto, terá de construir dolphins (espécies de atracadouros) entre o Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa e a Ilha Barnabé, ambos em Santos. De lá, a Carbocloro, irá transferir do porão do navio a carga para barcaças, que seguirão pela hidrovia formada pela foz do rio Casqueiro, um trecho do Rio Cascalho e parte do Rio Cubatão, às margens do qual fica a unidade da empresa. A perspectiva de investimento é de R$ 23 milhões e a primeira audiência pública deverá ser marcada para ocorrer entre o final de outubro e novembro.
Outra empresa que está investindo é a Aracruz Celulose, que prevê aportes entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões em terminais hidroviários nos municípios de Guaíba, Cachoeira do Sul e Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Atualmente, a companhia produz em torno de 430 mil toneladas ao ano de celulose no Rio Grande do Sul. Entre 2010 a 2015, a produção saltará para cerca de 1,75 milhão de toneladas anuais. Quando pronta, a expansão da Aracruz, que absorverá investimento de cerca de US$ 1,3 bilhão, a expectativa é de que sejam movimentadas 6,2 milhões de toneladas de madeira ao ano pela empresa no Rio Grande do Sul. O modal rodoviário deverá representar cerca de 60% desse total e o hidroviário 40%.
Fonte: DCI - Comércio Indústria & Serviços(SP) - Robson Bertolino
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