A Transpetro, subsidiária da Petrobras, poderá multar o Estaleiro Mauá pelo atraso de três meses na entrega do navio Rômulo Almeida, recebido na quinta-feira (17). Com capacidade de transportar 56 milhões de litros de derivados de petróleo, como gasolina e diesel, o navio custou R$ 188 milhões e foi o quarto entregue no âmbito do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Petrobras. O estaleiro terá 30 dias para apresentar justiticativa à Transpetro.
O presidente da subsidiária, Sergio Machado, não antecipou o valor da multa, mas explicou que a cobrança ocorre por “atrasos não justificados”. Outro navio em construção pelo estaleiro, o Zumbi dos Palmares, também está com a entrega atrasada desde de dezembro do ano passado. A previsão é que fique pronto em abril deste ano.
“Estamos em um processo de desenvolvimento da indústria [naval]. Foi um atraso pequeno, o estaleiro foi multado”, disse Machado, durante cerimônia de entrega do navio, no próprio estaleiro, em Niterói, município do Rio.
Procurados pela 'Agência Brasil', o Estaleiro Mauá e o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval) não se pronunciaram sobre o assunto.
Machado minimizou o atraso e disse que tende a ser menor daqui para frente. “O importante é que este navio não teve nenhum adicional de contrato e está saindo pelo preço contratado", disse. “Só fada [madrinha] faz o primeiro [pedido] rigorosamente em dia, e nos livros, a vida real é diferente”, brincou.
A embarcação Rômulo Almeida será o primeiro navio da Petrobras liderado por duas mulheres, a comandante Hildelene Lobato e a oficial Vanessa Cunha, a imediata. “O Brasil durante muito tempo, por discriminação machista, não deu oportunidade de uma mulher contribuir para o desenvolvimento do Brasil, isso é coisa do passado”, comentou Sergio Machado.
O nome do navio é uma homenagem ao economista soteropolitano Rômulo Barreto Almeida, que contribuiu para a criação de estatais, como a Petrobras, no governo de Getúlio Vargas.