O Operador Nacional do Sistema (ONS) identificou que uma série de linhas de transmissão terá problemas para entrar em operação em função de licenciamento ambiental. O que pode até prejudicar a entrada antecipada da energia das usinas do Madeira. Por isso, o ONS vai propor ao governo que seja feita um trabalho de aceleração da concessão de licenças das linhas. "O custo se essas linhas não entrarem é o acionamento das térmicas", disse Hermes Chipp, diretor-geral do ONS. Para os empreendedores, o custo é a perda de rentabilidade dos investimentos.
O primeiro problema surgiu no sistema Acre-Rondônia. Apenas uma linha entrou em operação, das três previstas, e por isso ainda é necessário o acionamento de térmicas na região, segundo Chipp. Até o fim do ano o ONS vai enviar proposta à Aneel para que, a exemplo do que foi feito em relação aos níveis-meta dos reservatórios (que estabelecem um mínimo que as hidrelétricas devem ter de água reserva para garantir o fornecimento até o ano seguinte), se façam indicadores de segurança do sistema.
O operador também está propondo que seja feito um leilão regional de usinas termelétricas para abastecer o Sul do pais. Enquanto o Nordeste terá um superávit de energia se todas as térmicas entrarem em operação no prazo, o Sul terá um déficit. O governo está estudando o caso. De acordo com Chipp, não há necessidade de um leilão de térmicas ainda neste ano, mas que o Sul precisa de geração térmica de segurança. De qualquer forma, o governo poderá manter o planejamento de evitar leilão de térmicas neste ano.