Pesquisa CNI

Trabalhadores brasileiros querem flexibilidade em regras trabalhistas

Mais de 70% dos entrevistados gostariam de ter liberdade para definir horário e local de trabalho. Indústria defende que empresas e trabalhadores tenham segurança jurídica para negociar rotinas de trabalho.

Agência CNI de Notícias/Redação
28/03/2016 15:37
Trabalhadores brasileiros querem flexibilidade em regras trabalhistas Imagem: Divulgação Visualizações: 367 (0) (0) (0) (0)

Os brasileiros querem poder escolher seu horário de trabalho, podendo chegar e sair em horários diferentes. Também gostariam de ter flexibilidade para trabalhar de casa, e não apenas dentro da empresa. Outro desejo é poderem dividir os 30 dias anuais de férias em mais de dois períodos. A vontade do trabalhador de ter mais opções para sua rotina, mesmo que isso signifique flexibilizar regras trabalhistas, é a principal conclusão da pesquisa Flexibilidade no mercado de trabalho, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope.

Quando o assunto é o horário de trabalho, sete em cada dez brasileiros (71%) gostariam de poder adequar a rotina às próprias necessidades. A pesquisa mostra, no entanto, que são justamente os trabalhadores do mercado formal, isto é, que têm carteira de trabalho assinada, os que menos conseguem exercer essa vontade: dos entrevistados, apenas 38% dizem ter flexibilidade, contra 76% dos empregados em atividades informais.

O mesmo cenário se repete quando se pergunta sobre a possibilidade de escolha do local de trabalho. Enquanto 73% das pessoas ouvidas afirmam desejar trabalhar de casa ou num ambiente alternativo à sede da empresa, apenas 42% dos trabalhadores com carteira assinada têm essa possibilidade. Por outro lado, 74% daqueles que trabalham fora do mercado formal usufruem de maior poder de escolha quanto a onde realizar suas atividades produtivas.

A pesquisa mostra ainda que 58% dos entrevistados gostariam de reduzir o intervalo de almoço e, em contrapartida, sair mais cedo para, por exemplo, evitar o horário de pico no trânsito, enquanto 63% concordariam em trabalhar mais horas por dia para poder tirar folgas depois.

MODERNIZAÇÃO - Na avaliação da CNI, modernizar e desburocratizar as relações do trabalho no Brasil é urgente e necessário, uma vez que o mundo do trabalho evoluiu ao passo que as leis trabalhistas continuam antigas. Datada da década de 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) trouxe conjunto importante de proteções ao trabalhador, mas não acompanhou o avanço econômico e social do país, nem a diversificação e a modernização de sua estrutura produtiva. Não prevê, por exemplo, as novas formas de trabalho, com horários e rotinas flexíveis, o como o home office e o emprego à distância, em vez do cartão de ponto e o trabalho presencial.

Para a CNI, um importante avanço para as relações de trabalho seria dar segurança para que empresas e sindicatos de trabalhadores negociassem rotinas de trabalho, como as especificadas na pesquisa, mesmo que haja normas trabalhistas contrárias, respeitando o legítimo interesse das partes.

A pesquisa também apontou que 53% dos trabalhadores gostariam de ter poder dividir as férias em mais de dois períodos. Em relação ao vale-transporte, 62% prefeririam recebê-lo diretamente em dinheiro. Perguntados se em períodos de crise aceitariam realizar acordos de redução da jornada e de salário com o empregador para manter o emprego, 43% responderam que aceitariam.

“É preciso fomentar a negociação entre empregados e empregadores, contribuindo assim para um ambiente de negócios favorável ao crescimento. A consequência da manutenção de normas antigas é o aumento de conflitos e a incapacidade de atender as novas formas e necessidades do trabalho e da produção, o que não atende os interesses dos trabalhadores e das empresas”, afirma a gerente-executiva de Relações do Trabalho da CNI, Sylvia Lorena.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas, em 140 municípios, entre os dias 18 e 21 de setembro de 2015. Acesse a página da pesquisa para conhecer todos os detalhes.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reconhecimento
Pesquisadora do Mackenzie conquista Prêmio Inventor Petr...
29/08/25
Combustíveis
IBP e FIESP debatem descarbonização da indústria rumo à ...
29/08/25
Etanol
Asprovac, afiliada da ORPLANA, passa a ter representação...
29/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
29/08/25
Gás Natural
BRAVA anuncia novo modal para venda de gás na Bahia
28/08/25
Combustíveis
ANP participa da operação Carbono Oculto, para coibir ir...
28/08/25
IBP
Posicionamento - Operações representam passo fundamental...
28/08/25
Subsea
OneSubsea entrega primeira árvore de natal molhada de Bú...
28/08/25
Offshore
MODEC firma parceria para desenvolver tecnologia inédita...
28/08/25
Energia Elétrica
Bandeira vermelha eleva custo da energia, mas associados...
27/08/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
IBP debate investimentos em infraestrutura e logística n...
27/08/25
ANP
Segunda etapa de audiência pública debate classificação ...
27/08/25
IBP
RELIVRE reafirma a competência federal referente à ativi...
27/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
27/08/25
ANP
Pesquisa, desenvolvimento e inovação: ANP atualiza Paine...
27/08/25
Seminário
PPSA abre inscrições para Seminário de Lançamento do Lei...
27/08/25
IBP
Carta Aberta em apoio à ANP na classificação de gasoduto...
27/08/25
Logística
Vast Infraestrutura inicia construção do parque de tanca...
26/08/25
Biodiesel
Rumo a uma navegação mais sustentável, Citrosuco inicia ...
26/08/25
ANP
Oferta Permanente de Concessão: resultado parcial do 5º ...
26/08/25
PD&I
Projeto Embrapii transforma algas de usinas hidrelétrica...
26/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23