Siderurgia

ThyssenKrupp tenta fechar venda da CSA

O grupo alemão ThyssenKrupp poderá informar na segunda-feira, durante a divulgação de seu balanço do ano fiscal 2011/2012, encerrado em 30 de setembro, o provável comprador (ou compradores) de seus ativos de aço no Brasil e Estados Unidos - a sider&ua

Valor Econômico
07/12/2012 10:19
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O grupo alemão ThyssenKrupp poderá informar na segunda-feira, durante a divulgação de seu balanço do ano fiscal 2011/2012, encerrado em 30 de setembro, o provável comprador (ou compradores) de seus ativos de aço no Brasil e Estados Unidos - a siderúrgica CSA, no Rio, e a laminadora de Calvert, no Alabama.
 

Conforme apurou o Valor, o desejo da direção do conglomerado alemão era anunciar nesse dia o fechamento da venda das duas operações, que desde sua inauguração, em meados de 2010, só têm apresentado resultados negativos. Dessa forma, já gostaria de "limpar" seu balanço, fazendo a baixa contábil dos dois ativos. O valor de livro da ThyssenKrupp Steel Americas - holding que controla a CSA e a Steel USA - é de US$ 9 bilhões, depois de um ajuste realizado em 2011.
 

Como o processo de venda, lançado em maio, tornou-se mais complexo do que o esperado pelos alemães e os bancos que assessora o grupo, a ThyssenKrupp poderá informar dia 10 uma provável "intenção firme" de negociação com um ou dois grupos, deixando acertos finais para depois do fim das auditorias (due diligence) dos grupos interessados. Essas auditorias, segundo fontes, poderão se alongar até o fim do primeiro trimestre de 2013.
 

Há muitas pendências ambientais na CSA, que ainda não resolveu seu problema da "chuva de prata" sobre as comunidades vizinhas durante a operações de seus altos-fornos, com o governo estadual do Rio e acertos com o BNDES, credor da empresa (R$ 2 bilhões) e da própria Thyssen.
 
 
No momento, a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), de Benjamin Steinbruch negocia a compra tanto da CSA quanto da laminadora de Calvert. O interesse é pelo pacote completo, criando uma operação integrada para atender principalmente o mercado automotivo dos EUA e México. Segundo informações, não confirmadas pela empresa, a CSN teria feito uma oferta de US$ 3 bilhões.
 

Já a Ternium, do grupo Techint, estaria negociando a compra apenas da CSA. A siderúrgica, com capacidade de fazer 5 milhões de toneladas ao ano de aço semiacabado (placas) teria o papel de complementar o fornecimento de suas unidades de laminação no México, que têm déficit de 3 milhões de toneladas/ano.
 
 
A japonesa JFE Steel e a americana Nucor, dois outros grupos de peso do setor, estariam negociando a aquisição da laminadora americana, segundo apurou o Valor. Para especialistas do setor, isso reduz as chances da CSN de levar o pacote completo, pois a concorrência pelo ativo situado nos EUA pode gerar um valor mais atrativo para a Thyssen.
 

Nesta semana, representantes do grupo e dos bancos contratados para coordenar a operação (Morgan Stanley e Goldman Sachs) intensificaram negociações com representantes da Ternium, buscando uma melhora na proposta da empresa controlada por capital ítalo-argentino. A oferta inicial feita pelos ativos da CSA ficou aquém do desejado pelos alemães. Há exatamente um ano, a Ternium liderou a aquisição de 28% do capital votante da Usiminas por R$ 5,1 bilhões.
 
 
CSN e Ternium são duas empresas bem capitalizadas, apesar das adversidades de mercado da siderurgia nos últimos três anos. Mesmo com a compra da Usiminas, a controlada da Techint, sediada em Luxemburgo e com ações negociadas na bolsa de Nova York, terminou o último trimestre com dívida líquida de US$ 1,9 bilhão. Grande parte do seu caixa foi fortalecido pelo ressarcimento da "tomada da Sidor", siderúrgica venezuelana, pelo presidente Hugo Chaves.
 
 
Já a CSN, que além de aço conta com peso grande da mineração de ferro em seu faturamento, encerrou 30 de setembro com endividamento líquido R$ 15,6 bilhões. A empresa de Steinbruch exibe um caixa de R$ 14,5 bilhões. No entanto, sua dívida bruta era de R$ 30,2 bilhões.
 
 
Depois de investir € 10 bilhões para montar as duas usinas e fazer uma baixa contábil de € 3 bilhões no balanço do ano passado, a intenção da nova direção da Thyssenkrupp, que assumiu o comando há um ano e meio, é de receber pelo menos US$ 5 bilhões. Mas isso parece difícil, analisam fontes do setor, diante de cenário de excesso de oferta global de aço, demanda em baixa e preços deprimidos.
 

No balanço do ano passado, a Steel Americas obteve receita de vendas de € 1,14 bilhão, mas apresentou um resultado financeiro (Ebit) negativo de € 3,15 bilhões. Neste ano, até junho (nove meses do ano fiscal 2011/2012), alcançou € 1,59 bilhão e Ebit negativo de € 781 milhões. Nas duas operações, a empresa empregava 4.236 trabalhadores.
 
 
O futuro comprador da CSA terá de passar pela aprovação da Vale, que é sócia na empresa com 27% do capital. A mineradora tem, conforme cláusulas no acordo de acionistas, até 90 dias para dar seu parecer sobre o novo controlador da siderúrgica. Pelo acordo dos sócios, a Thyssen não pode fazer a venda sem essa aprovação até setembro de 2013. Outro ponto importante no acordo: o controle do ativo não pode ser transferido para um competidor da Vale em minério de ferro. A companhia tem contrato de fornecimento de longo prazo, do qual não pretende abrir mão, que vai pelo menos até 2024.
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