Energia

Térmicas suprem 24% da eletricidade do país

Dados são da CCEE.

Valor Econômico
20/05/2014 14:28
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O país consumiu, em março, 63,152 mil MW médios de energia elétrica, 3,3 mil MW médios a menos do que em fevereiro, o que, em tese, poderia aliviar o estresse no abastecimento de eletricidade. Mas, mesmo com a menor demanda, ainda não foi possível desligar as usinas térmicas, que incluem unidades movidas a gás, carvão, diesel e biomassa, como bagaço de cana. A participação desse tipo de usina no total consumido pelo país foi ainda maior, aumentando de 21,8% em fevereiro para 24% em março, mesmo durante o chamado período úmido, que só acabaria em abril, segundo relatório divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
As usinas térmicas supriram 15,1 mil MW em março, 600 MW médios a mais que no mês anterior. Esse aumento na geração térmica foi necessário para compensar a queda de 9% na geração das grandes hidrelétricas, que reduziram a oferta de 49 mil MW médios em fevereiro para 44,6 mil MW médios em março.
Os ventos também não ajudaram. As eólicas geraram 7,9% menos energia em março em relação a fevereiro, reduzindo o suprimento de 821 MW médios para 756 MW médios. A taxa de aproveitamento das eólicas (o total gerado em relação à potência instalada) mostrou uma forte queda: de 30% em fevereiro para 23% em março.
Em compensação, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), ao contrário, produziram 20% mais energia em março em relação ao mês anterior, totalizando 2,7 mil MW médios, o que garantiu a utilização de fontes renováveis.
A redução do consumo de energia pelas grandes indústrias, que preferem vender seus megawatts-horas no mercado de curto prazo a utilizá-los, poderia aliviar o quadro de abastecimento nos próximos meses, principalmente de abril até novembro, durante a estação seca. Mas há dívidas se essa queda na demanda será mesmo significativa. De acordo os últimos números da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda de energia pelas indústrias dá sinais de estar se recuperando, e não o contrário, o que pode agravar a situação de abastecimento.
As estatísticas, de acordo com a EPE, mostram uma recuperação no nível do consumo industrial de energia. "Essa curva está em linha, por exemplo, com o aumento da atividade em alimentos e bebidas e têxtil, que, segundo o IBGE, cresceram em torno de 1% e 1,5% no primeiro bimestre, respectivamente", informa o órgão.
Em março, o setor industrial consumiu só 0,3% menos eletricidade que igual período de 2013. Mas, em todo o primeiro trimestre, o consumo cresceu 0,7% e, em 12 meses, o crescimento acumulado foi de 1,3%, o maior desde junho de 2012. "Com isso o nível do consumo de energia da indústria recuperou em março o mesmo patamar de dois anos atrás", informou a EPE, braço de planejamento energético do Ministério de Minas e Energia (MME).
Em uma apresentação recente para clientes da corretora Brasil Plural, o consultor Mario Veiga, da PSR, afirmou que desconfiava de previsões de que poderia haver uma redução na demanda industrial, o que poderia trazer um alívio de 2 mil MW médios para o sistema elétrico. Para ele, essas estimativas não passavam de "lenda urbana".
O diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, também disse recentemente, em entrevista ao Valor, que projeta que o país continuará precisando gerar 16 mil MW médios de energia térmica durante todo o ano para compensar o déficit na geração hídrica. Mas a entidade considera que haverá energia suficiente para atender a carga. De acordo com o ONS, os reservatórios terminaram abril em 38,8% da capacidade na região Sudeste. Mantendo-se uma vazão equivalente a 75% da média histórica e o despacho intenso das termelétricas, os lagos das usinas vão chegar em dezembro com num nível em torno de 18%, sem que haja necessidade de uma redução compulsória do consumo.
De acordo com a EPE, os setores que vêm reduzindo o consumo de energia são o metalúrgico e o químico. "As empresas preferem comercializar eventual sobra de energia contratada aos preços atualmente elevados do mercado de curto prazo", afirma o relatório da EPE.
Na indústria metalúrgica, a produção acumula queda de 2,6% no primeiro bimestre do ano em relação a igual período do ano anterior, enquanto o setor químico apresenta redução de 3,2%.

O país consumiu, em março, 63,152 mil MW médios de energia elétrica, 3,3 mil MW médios a menos do que em fevereiro, o que, em tese, poderia aliviar o estresse no abastecimento de eletricidade. Mas, mesmo com a menor demanda, ainda não foi possível desligar as usinas térmicas, que incluem unidades movidas a gás, carvão, diesel e biomassa, como bagaço de cana. A participação desse tipo de usina no total consumido pelo país foi ainda maior, aumentando de 21,8% em fevereiro para 24% em março, mesmo durante o chamado período úmido, que só acabaria em abril, segundo relatório divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

As usinas térmicas supriram 15,1 mil MW em março, 600 MW médios a mais que no mês anterior. Esse aumento na geração térmica foi necessário para compensar a queda de 9% na geração das grandes hidrelétricas, que reduziram a oferta de 49 mil MW médios em fevereiro para 44,6 mil MW médios em março.

Os ventos também não ajudaram. As eólicas geraram 7,9% menos energia em março em relação a fevereiro, reduzindo o suprimento de 821 MW médios para 756 MW médios. A taxa de aproveitamento das eólicas (o total gerado em relação à potência instalada) mostrou uma forte queda: de 30% em fevereiro para 23% em março.

Em compensação, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), ao contrário, produziram 20% mais energia em março em relação ao mês anterior, totalizando 2,7 mil MW médios, o que garantiu a utilização de fontes renováveis.

A redução do consumo de energia pelas grandes indústrias, que preferem vender seus megawatts-horas no mercado de curto prazo a utilizá-los, poderia aliviar o quadro de abastecimento nos próximos meses, principalmente de abril até novembro, durante a estação seca. Mas há dívidas se essa queda na demanda será mesmo significativa. De acordo os últimos números da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda de energia pelas indústrias dá sinais de estar se recuperando, e não o contrário, o que pode agravar a situação de abastecimento.

As estatísticas, de acordo com a EPE, mostram uma recuperação no nível do consumo industrial de energia. "Essa curva está em linha, por exemplo, com o aumento da atividade em alimentos e bebidas e têxtil, que, segundo o IBGE, cresceram em torno de 1% e 1,5% no primeiro bimestre, respectivamente", informa o órgão.

Em março, o setor industrial consumiu só 0,3% menos eletricidade que igual período de 2013. Mas, em todo o primeiro trimestre, o consumo cresceu 0,7% e, em 12 meses, o crescimento acumulado foi de 1,3%, o maior desde junho de 2012. "Com isso o nível do consumo de energia da indústria recuperou em março o mesmo patamar de dois anos atrás", informou a EPE, braço de planejamento energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

Em uma apresentação recente para clientes da corretora Brasil Plural, o consultor Mario Veiga, da PSR, afirmou que desconfiava de previsões de que poderia haver uma redução na demanda industrial, o que poderia trazer um alívio de 2 mil MW médios para o sistema elétrico. Para ele, essas estimativas não passavam de "lenda urbana".

O diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, também disse recentemente, em entrevista ao Valor, que projeta que o país continuará precisando gerar 16 mil MW médios de energia térmica durante todo o ano para compensar o déficit na geração hídrica. Mas a entidade considera que haverá energia suficiente para atender a carga. De acordo com o ONS, os reservatórios terminaram abril em 38,8% da capacidade na região Sudeste. Mantendo-se uma vazão equivalente a 75% da média histórica e o despacho intenso das termelétricas, os lagos das usinas vão chegar em dezembro com num nível em torno de 18%, sem que haja necessidade de uma redução compulsória do consumo.

De acordo com a EPE, os setores que vêm reduzindo o consumo de energia são o metalúrgico e o químico. "As empresas preferem comercializar eventual sobra de energia contratada aos preços atualmente elevados do mercado de curto prazo", afirma o relatório da EPE.

Na indústria metalúrgica, a produção acumula queda de 2,6% no primeiro bimestre do ano em relação a igual período do ano anterior, enquanto o setor químico apresenta redução de 3,2%.

 

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