<P>O Tecon Rio Grande planeja até o final do ano implementar um berço (cais) específico para a operação de barcaças. O diretor-presidente da companhia, Paulo Bertinetti, destaca que se trata de uma medida estratégica que incentivará a navegação no Estado. O anuncio foi feito durante o Fór...
Jornal Agora - RSO Tecon Rio Grande planeja até o final do ano implementar um berço (cais) específico para a operação de barcaças. O diretor-presidente da companhia, Paulo Bertinetti, destaca que se trata de uma medida estratégica que incentivará a navegação no Estado. O anuncio foi feito durante o Fórum Navegar 2008, em Porto Alegre, evento promovido pela Revista Conexão Marítima.
A ação permitirá que exportadores aumentem o fluxo de cargas entre o porto de Porto Alegre, o terminal Santa Clara (em Triunfo) e Rio Grande, com um frete mais baixo. Um dos produtos que deve utilizar essa logística é o frango.Antes do cais para barcaças, o Tecon Rio Grande finalizará a implantação do seu terceiro berço. As operações na estrutura devem iniciar em setembro. O investimento nesse complexo foi de cerca de US$ 30 milhões.
Apesar de as obras possibilitarem o aumento da capacidade de movimentação de contêineres, Bertinetti calcula que o desempenho do Tecon Rio Grande neste ano deverá ser semelhante ao de 2007. A empresa espera movimentar algo em torno de 640 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Bertinetti argumenta que isso se deve não a fatores como o aumento das importações, mas às dificuldades que a questão cambial impôs aos exportadores.
Não é somente o Tecon Rio Grande que está realizando investimentos na área de logística no Rio Grande do Sul. A Aracruz passará sua produção de celulose em Guaíba de 450 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas a partir de agosto de 2010. Para atingir a meta, a empresa consumirá cerca de 4 milhões de toneladas de madeira ao ano. Metade desse volume chegará à planta de produção por hidrovia e o restante por rodovias.
O consultor de Infra-estrutura e Logística da Aracruz, Roberto Hallal, salienta que, para qualificar o transporte fluvial, a Aracruz construirá um terminal em Rio Pardo e um em Cachoeira do Sul. Para a exportação da celulose, será instalado um terminal em São José do Norte. Somente em infra-estrutura logística, Hallal estima que serão investidos pela companhia de papel e celulose cerca de R$ 160 milhões.
O diretor-presidente da CTIL Logística, Frank Woodhead, também esteve presente no evento. O dirigente da companhia acredita que a navegação interior possui um espaço de mercado, mas não é capaz de absorver todas as cargas transportadas no Estado. Uma das justificativas de Woodhead é que o sistema fluvial gaúcho pode ser considerado bom, mas curto. A navegação passa a ser competitiva em trechos mais compridos, explica o dirigente. Woodhead defende ainda que uma carga que poderia utilizar mais a hidrovia são os grãos, como a soja.
Além de um maior volume de cargas, o modal hidroviário procura outras rotas. O capitão dos Portos do Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Moreira Gouvêa, diz que é viável usar a lagoa Mirim para o transporte de cargas. No entanto, é preciso desassorear a lagoa. Ele revela que o governo uruguaio já possui um projeto para desenvolver a movimentação de cargas daquele país até o porto gaúcho de Estrela.
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