Valor Econômico
A Transportadora Brasileira do Gasoduto Bolívia Brasil (TBG) já tem prontos planos para ampliação da capacidade do duto, o único que transporta gás importado da Bolívia e que já está atingindo sua plena capacidade de transporte, de 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Em setembro, o Gasbol bateu pico de movimentação, quando foram trazidos 27,4 milhões de metros cúbicos de gás natural. A empresa estima que deverá atingir a capacidade plena em 2006, quando ficar pronto o gasoduto Campinas-Japeri.
O diretor-superintendente da TBG, José Zonis, apresentou a investidores as opções de ampliação do gasoduto, durante um seminário nos Estados Unidos, na semana passada. O estudo fez várias simulações de ampliação e custos. O trecho até São Paulo pode ser ampliado de 4 milhões de metros cúbicos a 12 milhões de metros cúbicos. O custo neste trecho, chamado norte, poderia variar de US$ 225 milhões até US$ 985 milhões, conforme a capacidade.
O trecho que leva gás para a região Sul do país pode ser ampliado entre 2,3 milhões e quatro milhões de metros cúbicos ou apenas ser feita a reversão. O processo de reversão teria o objetivo de usar a atual rede para trazer gás da Argentina para o Brasil. Para as obras nesse trecho o TBG estima que precisará de investimentos entre US$ 89 milhões a US$ 489 milhões.
Segundo Zonis, o desenho final da obra, assim como o tempo de duração, vai depender do resultado do concurso aberto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O assunto está sendo visto pelo mercado com curiosidade, ansiedade ou preocupação, dependendo do interlocutor. Isso porque há quem veja no aumento das importações de gás da Bolívia a única alternativa para elevar o suprimento do insumo no país, considerando o atraso que já se vislumbra no desenvolvimento da produção dos campos de gás descobertos pela Petrobras na bacia de Santos.
A estatal, que controla a TBG e contrata toda a atual capacidade de movimentação do Gasbol, prevê no seu plano estratégico o aumento das importações de gás da Bolívia em 4 milhões de metros cúbicos. Quando essa divulgação foi feita, o mercado entendeu que o Gasbol seria ampliado para poder transportar 34 milhões de metros cúbicos/dia.
Mas a ANP informou em seguida, surpreendendo até a Petrobras, que o tamanho da ampliação será decidido por meio de um concurso aberto, o que significa que outras companhias poderão participar e ter direito de trazer gás da Bolívia pelo Gasbol, desde que assinem contratos com a TBG. Zonis explicou que ainda não há decisão sobre os critérios da expansão, entre eles se a obra será financiada pela própria TBG ou se por meio de pré-pagamento de tarifas.
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