Valor Econômico
De olho no crescente mercado brasileiro de exploração de petróleo e gás em alto mar, a inglesa Swire Oilfield Services, desembarcou no Brasil este ano para oferecer um serviço que hoje deixa muito a desejar: o transporte de equipamentos em contêineres. Um relatório da Shell Brasil mostra que os equipamentos desse tipo usados no país não são desenhados para movimentação em alta mar e nem para suportar grandes impactos, o que torna o manuseio inseguro e perigoso.
O fato de o Brasil não ter adotado nenhuma padronização internacional, inclusive no que diz respeito a materiais, é mencionado pela anglo-holandesa. É nessa "onda" que a Swire quer surfar. E investiu R$ 10 milhões em ativos e em uma fábrica para construir unidades no Brasil.
Ligada ao conglomerado John Swire & Sons, a Swire Oilfield tem 500 funcionários e faturou US$ 166 milhões no ano passado. O primeiro escritório na América do Sul foi inaugurado em Macaé. A empresa já tem 450 contêineres no Brasil e o número crescerá para 1.100 em dezembro de 2010. Esse mercado opera com aluguéis de longo prazo, que podem ser de 10, 20 ou 30 anos. O presidente da Swire no Brasil, Marcelo Nacif, explica que em 2011 os contêineres vão começar a ser fabricados no Brasil com aço da Chorus e da CSN.
O objetivo de longo prazo é suprir países como Argentina, Chile, Peru e Venezuela, por exemplo) a partir do Brasil. "A aceitação tem sido muito boa", afirma Nacif. "Principalmente porque algumas das empresas já são nossos clientes no Mar do Norte".
Os clientes são as empresas de petróleo e prestadores de serviços que operam em plataformas no mar. Cada plataforma flutuante utiliza, em média, entre 80 e 100 unidades (entre contêineres, cestas ou tanques) durante sua vida útil. É lá que são guardados todo tipo de equipamentos que chegam ou deixam a embarcação, desde ferramentas, grandes tubulações e alimentos. O mercado brasileiro hoje é estimado em 15.000 unidades, sendo um terço da Petrobras.
Por Cláudia Schüffner, do Rio / Valor
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