Inovação

Suzano aposta em lignina para gerar energia

Molécula está presente em cerca de 25% da madeira do eucalipto.

Valor Econômico
27/09/2012 20:21
Visualizações: 1591 (0) (0) (0) (0)

 

Uma molécula que confere resistência às árvores e que está presente em cerca de 25% da madeira do eucalipto pode se tornar uma fonte alternativa de energia para a indústria de papel e celulose nos próximos anos. E, futuramente, poderá ser utilizada em produtos que vão de dispersantes para asfaltos a rações animais.
A lignina, com poder calorífico que corresponde a dois terços do óleo combustível, é extraída desde novembro de 201, a partir da inauguração da primeira planta de extração da América Latina operada pela Suzano Papel e Celulose na unidade de Limeira, no interior de São Paulo. A planta contou com R$ 1 milhão em recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e tem capacidade de produção de mil toneladas por mês.
No processo tradicional de produção de celulose, a lignina é um dos componentes, ao lado da hemicelulose, do chamado "licor negro", um fluido cuja queima em caldeiras é utilizada de forma maciça pela indústria papeleira para a produção de energia.
A tecnologia desenvolvida pela Suzano envolve separar a lignina do fluido, em um processo que reduz a acidez do licor e petrifica a molécula. As grandes fábricas têm supercapacidade de produção de licor negro, o suficiente para gerar energia e vender o excedente. "O desafio é justamente extrair a lignina e encontrar aplicações que possam agregar mais valor do que a queima e a produção de energia", diz Fabio Figliolino, gerente-executivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Suzano.
O principal desafio da planta em Limeira é desenvolver o potencial da lignina como substituta de derivados do petróleo em diferentes aplicações comerciais.
Uma das possíveis utilizações, explica o executivo, é a fabricação dos chamados lignosulfonatos, produtos químicos provenientes da lignina que sofrem processo de sulfonação (quando a molécula se torna solúvel em água) e podem ser utilizados como dispersantes para concreto, ração animal ou mesmo na composição de produtos químicos especiais ou mesmo fármacos. Outra possibilidade é sua utilização para a fabricação de bioplásticos. "Acreditamos já ter alguma aplicação definida no próximo ano, a partir das pesquisas na planta piloto", adianta Figliolino.
Iniciativas como a da planta de lignina fazem parte da estratégia da Suzano, explica o gerente, de "olhar para floresta e tirar mais valor do que a produção de papel e celulose". São, também, resultado de uma mudança estratégica da empresa, iniciada em 2008 e que culminaram com o desenvolvimento do "Projeto Inovação". Após 15 meses de estruturação, que contou com o auxílio da consultoria em gestão Macroplan, o projeto unificou os investimentos em pesquisa e inovação com estratégias tecnológicas que buscam aumentar a produtividade nas florestas, a eficiência dos processos produtivos e agregar valor aos produtos. A equipe responsável por encontrar novas soluções na Suzano conta atualmente com 52 profissionais - sendo nove mestres e doutores - e 165 pesquisadores externos.
"O primeiro elemento de nossa estratégia tecnológica é reunir informações de como a empresa deseja caminhar pelos próximos cinco ou dez anos, com a opinião de acadêmicos, cientistas e pesquisadores sobre como o setor e a tecnologia se desenvolverão. Essa estratégia tecnológica busca entender o negócio e a ciência e é no valor dessas metas que definiremos o apetite da Suzano", afirma Figliolino.

Uma molécula que confere resistência às árvores e que está presente em cerca de 25% da madeira do eucalipto pode se tornar uma fonte alternativa de energia para a indústria de papel e celulose nos próximos anos. E, futuramente, poderá ser utilizada em produtos que vão de dispersantes para asfaltos a rações animais.


A lignina, com poder calorífico que corresponde a dois terços do óleo combustível, é extraída desde novembro de 2011, a partir da inauguração da primeira planta de extração da América Latina operada pela Suzano Papel e Celulose na unidade de Limeira, no interior de São Paulo. A planta contou com R$ 1 milhão em recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e tem capacidade de produção de mil toneladas por mês.


No processo tradicional de produção de celulose, a lignina é um dos componentes, ao lado da hemicelulose, do chamado "licor negro", um fluido cuja queima em caldeiras é utilizada de forma maciça pela indústria papeleira para a produção de energia.


A tecnologia desenvolvida pela Suzano envolve separar a lignina do fluido, em um processo que reduz a acidez do licor e petrifica a molécula. As grandes fábricas têm supercapacidade de produção de licor negro, o suficiente para gerar energia e vender o excedente. "O desafio é justamente extrair a lignina e encontrar aplicações que possam agregar mais valor do que a queima e a produção de energia", diz Fabio Figliolino, gerente-executivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Suzano.


O principal desafio da planta em Limeira é desenvolver o potencial da lignina como substituta de derivados do petróleo em diferentes aplicações comerciais.


Uma das possíveis utilizações, explica o executivo, é a fabricação dos chamados lignosulfonatos, produtos químicos provenientes da lignina que sofrem processo de sulfonação (quando a molécula se torna solúvel em água) e podem ser utilizados como dispersantes para concreto, ração animal ou mesmo na composição de produtos químicos especiais ou mesmo fármacos. Outra possibilidade é sua utilização para a fabricação de bioplásticos. "Acreditamos já ter alguma aplicação definida no próximo ano, a partir das pesquisas na planta piloto", adianta Figliolino.


Iniciativas como a da planta de lignina fazem parte da estratégia da Suzano, explica o gerente, de "olhar para floresta e tirar mais valor do que a produção de papel e celulose". São, também, resultado de uma mudança estratégica da empresa, iniciada em 2008 e que culminaram com o desenvolvimento do "Projeto Inovação". Após 15 meses de estruturação, que contou com o auxílio da consultoria em gestão Macroplan, o projeto unificou os investimentos em pesquisa e inovação com estratégias tecnológicas que buscam aumentar a produtividade nas florestas, a eficiência dos processos produtivos e agregar valor aos produtos. A equipe responsável por encontrar novas soluções na Suzano conta atualmente com 52 profissionais - sendo nove mestres e doutores - e 165 pesquisadores externos.


"O primeiro elemento de nossa estratégia tecnológica é reunir informações de como a empresa deseja caminhar pelos próximos cinco ou dez anos, com a opinião de acadêmicos, cientistas e pesquisadores sobre como o setor e a tecnologia se desenvolverão. Essa estratégia tecnológica busca entender o negócio e a ciência e é no valor dessas metas que definiremos o apetite da Suzano", afirma Figliolino.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
IBP
RELIVRE reafirma a competência federal referente à ativi...
27/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
27/08/25
ANP
Pesquisa, desenvolvimento e inovação: ANP atualiza Paine...
27/08/25
Seminário
PPSA abre inscrições para Seminário de Lançamento do Lei...
27/08/25
IBP
Carta Aberta em apoio à ANP na classificação de gasoduto...
27/08/25
Logística
Vast Infraestrutura inicia construção do parque de tanca...
26/08/25
Biodiesel
Rumo a uma navegação mais sustentável, Citrosuco inicia ...
26/08/25
ANP
Oferta Permanente de Concessão: resultado parcial do 5º ...
26/08/25
PD&I
Projeto Embrapii transforma algas de usinas hidrelétrica...
26/08/25
PPSA
Leilão de Áreas Não Contratadas será realizado em dezembro
26/08/25
IBP
Desafio iUP Innovation Connections inicia etapa de capac...
25/08/25
Transição Energética
Fórum Nordeste 2025 discute energias renováveis, sustent...
25/08/25
Margem Equatorial
10 perguntas e respostas sobre a Avaliação Pré-Operacion...
25/08/25
Internacional
UNICA participa de encontro internacional na Coreia de S...
25/08/25
Reconhecimento
HPG Lab é premiado no Prêmio Inventor Petrobras 2025 com...
25/08/25
Combustíveis
Etanol anidro recua e hidratado sobe na semana de 18 a 2...
25/08/25
Firjan
Rede de Oportunidades na Navalshore 2025 bate recorde de...
22/08/25
Mobilidade Sustentável
Shell Eco-marathon Brasil 2025 desafia os limites da mob...
22/08/25
Evento
Cubo Maritime & Port completa três anos acelerando desca...
22/08/25
IBP
27º Encontro do Asfalto discute futuro da pavimentação c...
22/08/25
RenovaBio
ANP aprova primeiro certificado da produção eficiente de...
22/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23