Cerca de 10% das compras da subsidiárias da Petrobras na América Latina são feitas no Brasil. O Prominp está estruturando um programa para aumentar a participação das empresas nacionais na internacionalização da estatal.
As encomendas das subsidiárias da Petrobras na América Latina a fornecedores brasileiros em 2006 poderão ser o dobro das feitas no ano anterior, mas ainda representarão menos de 20% do total das compras. A informação foi divulgada pelo coordenador do corporativo internacional da Petrobras, Claudio Luiz Fróes Raeder, que aponta a recente internacionalização da companhia como causa para esta tímida participação da indústria brasileira de óleo e gás no exterior.
Raeder foi gerente de compras da Petrobras Colômbia durante 2004 e 2005 e, de acordo com suas informações do US$ 1 bilhão de compras feitas em 2004 no conjunto de países formado por Argentina, Bolívia, Colômbia e Venezuela, apenas US$ 11 milhões eram de encomendas a fornecedores brasileiros. Em 2005, as compras nesses países subiram para cerca de US$ 1,2 bilhão e as encomendas ao Brasil foram incrementadas em quase dez vezes e chegaram a totalizar quase US$ 100 milhões. Para este ano, a expectativa de Raeder é de que para o mesmo volume de compras totais de cerca de US$ 1,2 bilhão a participação de companhias brasileiras chegue a US$ 200 milhões.
O possível aumento das exportações brasileiras também está relacionado com o Programa Prominp Exportação, do qual Raeder assumiu a coordenação. O executivo explcia que o Programa tem o objetivo de incentivar que as subsidiárias da Petrobras comprem no Brasil e abrir o cadastro da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) a companhias associadas à Petrobras no exterior para que elas também possam comprar de empresas brasileiras. Além disso o Programa do Prominp também tem o objetivo de estudar e viabilizar novas formas de crédito para produção ou para o comprador junto ao BNDES. A expectativa do coordenador executivo do Prominp, José Renato Ferreira de Almeida, é de que estas linhas de crédito, se necessárias, sejam criadas ainda no primeiro semestre deste ano.
Os principais entraves para a competitividade do produto e serviço nacional no exterior são de ordem tributária e trabalhista, no entanto, os executivos asseguram que o produto nacional é competitivo.
O Prominp Exportação está escolhendo entre 10 e 15 segmentos da indústria do petróleo e gás para incentivar a internacionalização prioritariamente na América Latina, onde a Petrobras concentra quase 50% de seus investimentos no exterior. Na Colômbia, a Rocol e Ecopetrol, sócias da Petrobras Colômbia, já manifestaram interesse em comprar de indústrias brasileiras ou, pelo menos, convidar empresas para participar de licitações no país.
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