Jornal do Commercio
A norueguesa StatoilHydro pretende entrar na exploração do pré-sal no Brasil. O bloco BM-J-3, na Bacia do Jequitinhonha, poderá ser perfurado abaixo do sal, apesar de as perfurações até agora estarem limitadas ao pós-sal. Além disso, a companhia diz que vai investir de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões nos próximos cinco a dez anos, podendo entrar em novos blocos.
Na bacia do Jequitinhonha, ainda está em estudo se o bloco BM-J-3 poderá chegar ao pré-sal. Segundo o vice-presidente executivo do Atlântico Sul da Statoil, Thore Kristiansen, os investimentos em todo o mundo em 2009 somarão US$ 13,5 bilhões. Boa parte deste montante será direcionada ao Brasil, já que o país é hoje um dos principais focos da companhia.
O grupo captou no mercado, há cerca de três semanas, US$ 3,5 bilhões que ajudarão na campanha de investimentos da petroleira, cujos principais negócios estão em águas profundas, petróleo pesado e gás natural, disse Kristiansen.
A continuidade de investimentos no Brasil vai depender das oportunidades geradas e das rodadas de licenciamento, segundo o presidente da Statoil no Brasil, Jorge Camargo. Ele disse esperar que as próximas rodadas tenham mais blocos offshore, em referência à 10a Rodada, realizada em dezembro passado, somente com blocos em terra. Os executivos participaram de entrevista à imprensa na Latin Oil Week, no Rio.
Kristiansen disse que o governo brasileiro provou, até agora, estabilidade regulatória, em comentário sobre a Comissão Interministerial do governo para elaborar uma nova legislação para exploração do pré-sal. Os estudos deveriam ter sido entregues no final do ano passado, mas ainda não ficaram prontos.
“A cada rodada nós analisamos a possibilidade de entrar. Se houver blocos interessantes, a Statoil vai analisar”, disse Camargo, que deixará a presidência da companhia em agosto. O cargo será assumido por Kjetil Hove, sendo que Jorge Camargo continuará no quadro da companhia, como consultor sênior.
Hove foi diretor de Projeto do campo de Peregrino, uma das principais apostas da Statoil atualmente no país. A companhia tem oito licenças de exploração no Brasil, sendo o operador em quatro delas.
No caso de Peregrino, a Petrobras é a operadora. O consórcio planeja perfurar o campo ainda este ano. Deverão ser retirados, futuramente, 100 mil barris diários do campo. O volume ajudará a companhia a ser a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, em 2012, atrás apenas da Petrobras. Camargo acredita na possibilidade de elevação da produção, com a perfuração de novos regiões ao sul, em busca de novos reservatórios.
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