Acelerada pela GIZ, a startup Phama Energias Renováveis firmou parceria com a SUNFARMING para iniciar em 2024 a produção de 1.500 toneladas de amônia ao ano
Redação TN Petróleo/AssessoriaDa esquerda para a direita: Dr. Markus Francke (diretor do projeto H2Brasil), Luiz Paulo Hauth (CEO Phama), Petra Schmitz (Ministra Conselheira - Ministério Federal da Cooperação Econômica).
O projeto “Hub Hidrogênio Verde”, da startup brasileira Phama Energias Renováveis, foi selecionado na 1ª edição do programa iH2 Brasil Inovação em Hidrogênio Verde. O programa é uma realização da Aliança Brasil-Alemanha para expansão do Hidrogênio Verde, com apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ) e do Ministério de Minas e Energia (MME). A startup gaúcha recebeu mentoria e apoio técnico e é uma das oito startups contempladas no projeto H2Brasil, coordenado pela GIZ.
“O time e os temas de cada mentoria são excelentes: maturidade tecnológica, questões jurídicas, funding, elaboração de pitch, questões técnicas de crédito de carbono. Certamente a Phama que iniciou a aceleração não é a mesma que está concluindo essa etapa, estamos em um processo transformador, motivados, felizes e agradecidos", afirma Luiz Paulo Hauth, CEO Phama Energias Renováveis.
A Phama Energias Renováveis firmou uma parceria com a empresa alemã SUNFARMING com subsidiária no Brasil -- especializada em produção de energia sustentável. O projeto da startup gaúcha em conjunto com a SUNFARMING terá um investimento de R$ 80 milhões e será estabelecido na região do Vale Verde, município do Rio Grande do Sul com cerca de 3 mil habitantes e voltado à agricultura familiar. A estimativa da Phama Energias Renováveis é de que a produção de hidrogênio verde comece no primeiro semestre de 2024, com a produção de 1,5 mil toneladas de amônia ao ano, como produto derivado do hidrogênio verde.
Um terreno de 400 hectares da SUNFARMING deve receber, nos próximos meses, a instalação de uma planta de energia solar de 5 megawatts -- as placas solares produzirão a energia renovável necessária para o funcionamento de um eletrolisador de 2,5 megawatts, equipamento responsável pela quebra das moléculas de água em átomos de hidrogênio e oxigênio.
A partir desse processo, o hidrogênio verde (considerado “verde” porque produzido com energia renovável) pode ser convertido em uma forma líquida adicionando-se nitrogênio, gerando a amônia, matéria prima de diversas indústrias, entre elas as de fertilizantes.
Economia sustentável e circular
A proposta da Phama Energias Renováveis é ajudar a desenvolver a agricultura familiar sustentável e orgânica na região do Vale Verde. As placas fotovoltaicas elevadas permitem o aproveitamento do terreno com o plantio de culturas. A amônia verde produzida no mesmo local, por sua vez, vai servir de fertilizante para a plantação no local e ainda para a agricultura familiar da região. Tradicionalmente ligado ao plantio do tabaco, o município terá, com isso, a possibilidade de optar por outras culturas como o milho e o trigo, além de plantas medicinais -- que atenderá a uma demanda de exportação para a indústria farmacêutica.
O projeto prevê ainda treinamento para os pequenos agricultores da região, que aprenderão a plantar de forma orgânica, a dosar e manejar a amônia de forma correta. Esta solução autônoma e circular é um projeto pioneiro e economicamente viável e rentável. “As possibilidades são inúmeras”, explica Luiz Paulo Hauth, CEO da Phama. “De forma circular, podemos gerar valor na geração de energia, produção e aplicação de hidrogênio e amônia verde e ainda na produção de alimentos e plantas medicinais. Em cada parte desse processo, enxergamos oportunidades para inovação e novas parcerias”, completa. Segundo ele, este projeto pioneiro é facilmente replicável para pequenas comunidades ou cooperativas em todo o Brasil.
Phama Energias Renováveis
Fundada no Rio Grande do Sul em 2016, a Phama Energias Renováveis nasceu com o conceito de companhia verde, com foco no setor de energia fotovoltaica e hidrogênio verde. O projeto “Hub Hidrogênio Verde” não é o único da empresa no mercado -- a startup possui outros dez projetos em curso, em diferentes estágios, ligados à geração de hidrogênio a partir de fontes de energia renováveis.
GIZ e H2Brasil
A mentoria, oferecida pelo iH2 Brasil, programa de inovação em hidrogênio verde, é uma realização da Aliança Brasil-Alemanha com o apoio da GIZ e do Ministério de Minas e Energia (MME), dá todo o suporte necessário em temas como maturidade tecnológica, funding, elaboração de pitch, questões técnicas de crédito de carbono e jurídicas. O apoio é apenas uma das muitas inciativas da atuação da GIZ no Brasil, que no projeto H2Brasil deve investir cerca de € 34 milhões até dezembro de 2023 no Brasil.
A GIZ também trabalha com a promoção de intercâmbio de conhecimento, a implantação de laboratórios com infraestrutura para aprendizagem e ações de formação profissional em tecnologias de hidrogênio verde.
O H2V e a Cooperação Alemã
A Cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) e de seus derivados no país, incluindo os combustíveis renováveis. Por conta de seu grande parque industrial, a Alemanha é um dos países que deve importar hidrogênio verde e fomenta a expansão do mercado.
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