Empresas

Solazyme investe em óleos renováveis

Valor Econômico
22/11/2011 11:48
Visualizações: 394
De olho no grande mercado consumidor brasileiro, a fabricante americana de óleos renováveis Solazyme iniciou estudos de engenharia para a construção de uma fábrica em Orindiúva, no interior de São Paulo. Em conjunto com a empresa de agronegócios Bunge, os investimentos deverão somar cerca de US$ 100 milhões para o desenvolvimento de uma capacidade de 100 mil toneladas métricas de óleo por ano.
 

Para o negócio, as empresas estão formando uma joint venture, que deverá ter seu acordo final assinado no início do ano que vem. "É um negócio importante para nós. O mercado brasileiro é bastante atraente e receberá nosso primeiro grande investimento nessa área", afirmou ao Valor o presidente mundial da empresa, Jonathan Wolfson.
 

A unidade - que será construída junto à usina de açúcar e etanol Moema, da Bunge - deve entrar em operação até o fim de 2013. O tipo de óleo a ser produzido no local é chamado triglicerídeo, que substitui óleos convencionais, como os produzidos a partir de plantas e gordura animal. O produto tem aplicações em diversas indústrias: química, lubrificantes, petroquímica, alimentos e combustíveis. O foco da multinacional, no entanto, é produzir óleos para o segmento de aplicações químicas, para o mercado de consumo brasileiro.
 

Na parceria, a Solazyme provê a tecnologia para a fabricação dos óleos, enquanto a Bunge tem o complexo produtivo, o alcance comercial e a matéria-prima, no caso a cana-de-açúcar. A tecnologia da multinacional americana consiste na conversão de açúcares em óleos personalizáveis, com qualquer nível de saturação, pureza e tamanho da cadeia. O processo é feito com a ajuda de micro-organismos desenvolvidos para ter alto desempenho em tanques de fermentação.
 

"A partir de uma única matriz renovável conseguimos produzir esses óleos para muitas aplicações, usando os mesmo equipamentos, os mesmos investimentos", explicou o executivo. Segundo ele, a tecnologia permite ainda que seja produzida uma maior quantidade de óleo com a mesma porção de insumo, quando se compara com os produtos feitos a partir da canola e da soja, por exemplo.
 

A Solazyme, deste modo, ganha maior acesso ao mercado brasileiro. A Bunge, por sua vez, poderá diversificar sua produção com a nova fábrica. "A infraestrutura que estamos construindo não é para uma única fábrica, e sim para múltiplas operações", contou Wolfson. A meta da empresa é produzir 500 mil toneladas métricas do óleo até 2015.
 

Há alguns anos a estratégia da Solazyme vem sendo marcada pela formação de parcerias para suas operações. Em 2007, em seu primeiro acordo, a companhia se associou à Chevron para a produção de combustíveis e fluídos a partir de óleos renováveis. Em 2010, foram firmadas parcerias com a francesa Roquette, para a produção de óleos nutricionais, e com a Unilever, para o desenvolvimento de substitutos ao óleo de palma usado em alimentos e produtos de higiene e beleza.
 

A multinacional - que abriu seu capital nos EUA no início do ano -, no entanto, vem registrando prejuízos. Neste mês a empresa revelou perdas de US$ 14,1 milhões no terceiro trimestre, aumento frente ao resultado negativo de US$ 9 milhões no mesmo período de 2010. Segundo Wolfson, o balanço da companhia ainda é muito pressionado pelos investimentos em tecnologia, desenvolvimento de óleos e contratações de especialistas. "Nossos investidores sabem que o negócio exige muito investimento", completou. A empresa deve encerrar 2011 com receita de US$ 40 milhões.
 

A Solazyme é uma empresa jovem, que nasceu em meados dos anos 90. Ainda estudantes da Universidade de Emory, na Geórgia, os fundadores - Wolfson e seu colega Harrison Dillon - elaboraram a ideia com foco em biotecnologia. No Brasil, a empresa pisou a primeira vez em 2007, quando uma equipe veio estudar o mercado. "Nos próximos anos poderemos colher nossos primeiros lucros, no negócio de cosméticos e de combustíveis", garantiu o executivo.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Financiamento
Unicamp inaugura supercomputador de IA financiado pela S...
19/11/25
Combustíveis
Ineep: preços dos combustíveis resistem e não acompanham...
19/11/25
Energia Elétrica
Firjan solicita vetos a artigos do PLV 10/2025, que refo...
19/11/25
Asfalto
Importação de asfaltos: ANP amplia prazo para atendiment...
18/11/25
Bacia de Campos
Petróleo de excelente qualidade é descoberto na Bacia de...
18/11/25
Oferta Permanente
ANP aprova nova versão do edital com a inclusão de 275 b...
18/11/25
Reconhecimento
Copa Energia avança no Ranking 100 Open Startups e é rec...
18/11/25
Reciclagem
Coppe e Petrobras inauguram planta piloto de reciclagem...
18/11/25
Firjan
Rio de Janeiro tem superávit de US$ 8,7 bilhões na balan...
18/11/25
Petrobras
Região da RPBC irá receber R$ 29 milhões em projetos soc...
18/11/25
COP30
Setor de biocombustíveis lança Carta de Belém na COP30 e...
17/11/25
COP30
Caminhão 100% a biodiesel cruza o Brasil rumo à COP30 e ...
17/11/25
Gás Natural
Decisão da ANP sobre revisão tarifária de transporte vai...
17/11/25
COP30
Inovação com coco de piaçava em usina de biodiesel na Ba...
17/11/25
COP30
Alerta na COP30: sem eletrificação, indústria não cumpri...
17/11/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana valorizados
17/11/25
COP30
Setor de óleo e gás usa tecnologia para acelerar a desca...
15/11/25
COP30
Encontro promovido pelas distribuidoras de energia elétr...
15/11/25
COP30
Fórum do IBP debate novas tecnologias e desafios na insp...
14/11/25
Apoio Offshore
Svitzer Copacabana chega para fortalecer operações de GN...
14/11/25
BRANDED CONTENT
Merax, 20 anos de confiança em soluções que movem o seto...
14/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.