Petroquímica

Sinopec avança discussão para ser sócia de refinaria

Valor Econômico
03/06/2005 03:00
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Cresceram as possibilidades de participação da gigante chinesa Sinopec no projeto de construção no Estado do Rio de Janeiro de uma refinaria petroquímica à base de óleos pesados, a chamada unidade petroquímica básica. A unidade, orçada em aproximadamente US$ 3 bilhões e que irá se constituir na central de um novo pólo petroquímico na região Sudeste, é um projeto inicial da Petrobras, que já conta com as adesões do também estatal Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do grupo privado Ultra.
Dada a magnitude do investimento, os parceiros nacionais vêm buscando um sócio estrangeiro. A Sinopec, que tem parceria com a Petrobras no financiamento e construção do gasoduto do nordeste (Gasene), já vinha discutindo sua possível entrada no projeto da refinaria petroquímica. Essas discussões se ampliaram durante a visita de dirigentes e técnicos da estatal brasileira à China, liderada pelo diretor de Abastecimento Paulo Roberto da Costa, na segunda metade de maio.
"A visita nos favoreceu a entrar em detalhes", disse Costa, manifestando um otimismo cauteloso e afirmando que os chineses "ainda não se posicionaram afirmativamente". De acordo com ele, a delegação brasileira visitou várias instalações da Sinopec, incluindo uma unidade de refino e um centro de pesquisas em petróleo.
"Vamos estreitar esse relacionamento", disse o diretor da Petrobras. Durante a visita, foi revalidado o memorando de intercâmbio entre as empresas assinado em maio do ano passado, quando da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.
O diretor da Petrobras, responsável pela área petroquímica da empresa, disse que a decisão sobre o local onde será construída a refinaria será tomada antes do final de julho. No começo desta semana o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, assumiu com a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), o compromisso de tomar uma decisão no prazo de dois meses. Costa disse que a Petrobras e seus sócios estão trabalhando para chegar a uma conclusão antes do final do prazo.
Inicialmente foi divulgado que a refinaria seria construída no município de Itaguaí, na região metropolitana da capital, próximo ao porto de Sepetiba e onde a estatal já possui um terreno. Mas o governo do Estado vem procurando convencer a empresa a construir a unidade no município de Campos, reduto eleitoral da governadora e do seu marido e secretário de Coordenação e Governo do Estado, Anthony Garotinho.
O governo do Rio argumenta que a região de Campos, no norte do Estado, principal pólo produtor de petróleo do país, precisa desenvolver uma estrutura industrial que lhe permita usufruir mais das riqueza que produz e, ao mesmo tempo, criar alternativas para quando as reservas petrolíferas começarem a se exaurir.
De acordo com cálculos da Petrobras, o pólo petroquímico que surgirá a partir da refinaria de óleos pesados absorverá investimentos superiores a US$ 6 bilhões somente na construção da central de matérias-primas (eteno) e das plantas de segunda geração (resinas termoplásticas), sem contar com a chamada terceira geração, a indústria de materiais plásticos derivada das resinas.

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