Negócios

Silvio Tini e Enrique Bañuelos divergem na Brasil Ecodiesel

Valor Econômico
10/05/2011 12:57
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Silvio Tini e Enrique Bañuelos, os principais acionistas da Brasil Ecodiesel, estão prestes a travar uma batalha por conta da incorporação da Vanguarda, produtora de soja e algodão.


Tini promete entrar em guerra para barrar no conselho de administração da Brasil Ecodiesel a aquisição da Vanguarda, anunciada há cerca de 15 dias pela Veremonte, empresa de investimentos do espanhol Bañuelos.


A incorporação praticamente dobra o tamanho da Brasil Ecodiesel, para um negócio de R$ 1,6 bilhão, e transforma a empresa numa das gigantes do agronegócio brasileiro. A conta leva em consideração as projeções de faturamento para este ano da Brasil Ecodiesel (de R$ 952 milhões, que inclui a Maeda Agroindustrial, incorporada em dezembro de 2010) e da Vanguarda (R$ 740 milhões).


Pelo acordo de incorporação, a Brasil Ecodiesel teria que fazer um aumento de capital de R$ 1,2 bilhão para comprar 100% das ações da Vanguarda. Nessa operação, o fundador da companhia, o ex-deputado estadual Otaviano Pivetta, se transformaria no maior acionista individual da Brasil Ecodiesel, com cerca de 35% da totalidade das ações. (A empresa só tem ações ordinárias em circulação na bolsa, que dão direito a voto).


Bañuelos, por meio da Vila Rica, é dono de 21% da Brasil Ecodiesel e de 50% da Vanguarda - ele adquiriu recentemente metade da empresa por R$ 600 milhões. Contando a participação de outros nove veículos de investimentos na Brasil Ecodiesel, em que não é majoritário, o espanhol passaria a deter uma fatia de 40% da nova gigante.


Tini hoje é dono de aproximadamente 15% da Brasil Ecodiesel, 6,7% estão em seu nome, enquanto o restante se distribui em veículos como sua empresa de investimentos Bonsucex. Na transação, sua participação se reduziria à metade.


"A estratégia [de Bañuelos] é agregar sócios e diluir minha participação. Quando eu abrir os olhos, eu estarei colhendo algodão para eles", diz Tini.


O empresário Silvo Tini diz que não está de acordo com a proposta de incorporação da Vanguarda por duas razões principais. A primeira é que, desde que se tornou sócio e acionista majoritário da Brasil Ecodiesel, em 2007, ele já colocou US$ 100 milhões. Se não quiser ter sua participação diluída, terá que desembolsar mais um caminhão de dinheiro.


O segundo motivo seria o fato de a Brasil Ecodiesel ainda estar "digerindo" a aquisição da Maeda, um negócio de consumiu o caixa de mais de R$ 100 milhões da companhia.


Para Veremonte, a divergência de Tini é uma surpresa. "Ele nunca manifestou descontentamento em relação à aquisição da Vanguarda", diz o Marcelo Paracchini, principal executivo da Veremonte no Brasil. "Argumentaremos no conselho que a proposta deve ser ao menos levada para análise por um comitê independente", diz Paracchini.


O conselho de administração tem sete membros. Três assentos são ocupados por Tini, seu filho João Araújo e José Ferraz. Bañuelos tem duas cadeiras, uma ocupada por Paracchini e outra por Carlos Romanoski. Os outros dois assentos são de conselheiros independentes, José Rennó e Wagner Pinheiro. O grupo foi eleito em chapa única na assembleia geral ordinária realizada dia 29 de abril. Ou seja, Tini e Bañuelos estavam alinhados na escolha dos nomes. Mas, agora, terão que batalhar para convencê-los a formar o comitê de avaliação.


Pela proposta, a Vanguarda entra com terrenos, aviões e cerca de 150 máquinas e equipamentos, além de uma dívida de R$ 450 milhões. A ideia da Veremonte seria liquidar a dívida com a venda de metade dos terrenos, estimada em R$ 1 bilhão.


O curioso dessa disputa é que, desde o início, a associação entre os empresários parecia ser improvável. Ambos são considerados caçadores de pechinchas, ou seja, procuram empresas problemáticas para vender na alta. A diferença são os estilos de atuação, completamente antagônicos. Banuelos não participa do dia a dia, não se envolve pessoalmente nas reuniões dos conselhos das empresas e se desfaz dos negócios ao menor sinal de que atingiram o melhor retorno do investimento.


Tini, por sua vez, não só participa dos conselhos, como vai em reunião de analistas e costuma ficar anos a fio com as ações das empresas. Tini detém ações da Bombril há mais de 15 anos, está na Alpargatas há 30 anos, na Paranapanema há 40 anos e na construtora Azevedo & Travassos também há 25 anos.
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