Mercado

Siderúrgicas consolidam recuperação

Agora, os papéis tentam antecipar um terceiro trimestre ainda melhor.

Valor Econômico
14/10/2013 13:10
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As ações de siderúrgicas brasileiras traçam um movimento de alta desde a divulgação dos resultados do segundo trimestre, que mostraram ao mercado os efeitos positivos de reajustes de preços, corte de custos e da desvalorização do real frente ao dólar. Agora, os papéis tentam antecipar um terceiro trimestre ainda melhor.
Quatro importantes casas de análise - BTG Pactual, Goldman Sachs, Credit Suisse e Citigroup - divulgaram relatórios recentemente para ajustar para cima as expectativas para os balanços de siderúrgicas no período de julho a setembro. De forma geral, os especialistas esperam que as companhias tenham Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais forte no trimestre, ajudadas pelo câmbio, pelo aumento dos preços de venda e por medidas tributárias.
Segundo o BTG Pactual, há um mês as próprias companhias eram mais conservadoras em seus comentários. O banco de investimento aponta que a Usiminas passou a projetar Ebitda de R$ 500 milhões para o terceiro trimestre, ante a sinalização de R$ 400 milhões dada em setembro.
As ações de siderúrgicas mostraram a maior surpresa positiva entre os papéis do Ibovespa no pregão seguinte à divulgação de resultados do segundo trimestre, com alta média de 2,4%, segundo estudo feito pela equipe de análise da Votorantim Corretora. Desde então, os papéis seguem recuperando as perdas no ano.
As ações preferenciais da Usiminas recuavam 39% de janeiro até a data de divulgação do balanço referente aos meses de abril a junho, em 26 de julho. De lá para cá, avançam 49%. A mesma dinâmica repete-se com os papéis da CSN e da Gerdau.
No ano, o desempenho das ações do setor siderúrgico ainda é negativo. Mas, em outubro, os papéis já acumulam altas entre 6,3% (preferenciais da Gerdau) e 12,2% (CSN). O balanço do terceiro trimestre da Usiminas será divulgado no dia 30, e o da Gerdau, dia 31. A CSN ainda não informou a data de apresentação de seus resultados.
O Credit Suisse elevou, na sexta-feira, o preço-alvo das ações preferenciais da Gerdau, de R$ 18 para R$ 20, e de Usiminas, de R$ 10 para R$ 13, ao mesmo tempo em que reforçou a recomendação de compra. A revisão reflete o aumento da projeção do dólar - de R$ 2,20 para R$ 2,30 em 2013, e de R$ 2,30 para R$ 2,40 em 2014 - e reajustes aos preços de aços planos e longos.
Já a CSN teve o preço-alvo reduzido de R$ 12 para R$ 11 pelo Credit. "O benefício da atual depreciação do real é compensado por estimativas de queda nas vendas de minério de ferro nos próximos anos", justifica a equipe liderada por Ivano Westin.
A Usiminas pode ser o destaque do trimestre, afirmam analistas. A companhia é a preferida do BTG, por conta de sua alavancagem operacional em um ambiente de recuperação de preços. Isto significa que, para a siderúrgica mineira, um aumento da receita bruta vai gerar um crescimento do resultado operacional em um percentual maior que o restante do setor. Além disso, a expectativa é que um forte volume de vendas e o controle de custos permitam à companhia interromper a sequência de seis trimestres de prejuízos consecutivos.
Mas a postura ainda é prudente para o setor. O Citi alerta para os elevados múltiplos e a contínua fraqueza de preços no mercado internacional. Para o BTG, a principal preocupação é o excesso de capacidade global, que reduz o poder de preço do setor. O Credit diz que o câmbio pode ser decisivo para a atratividade das empresas.
O Goldman Sachs destaca que a ação da Usiminas está barata em relação aos pares e sugere a compra. Já o Citi mantém a sugestão neutra: "A Usiminas tem um forte momento positivo de ganhos, mas enfrenta a tendência de fraqueza na demanda doméstica e a grande dependência de recursos do governo", afirmam os analistas Alexander Hacking e Thiago Ojea.
O Credit espera o melhor trimestre para a Usiminas em três anos. Vale destacar que, após ter reduzido o prejuízo em 75% no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 22 milhões, o terceiro trimestre pode ser a primeira vez em que a Usiminas lucrará desde o quarto trimestre de 2011.
O Ebitda da Usiminas é esperado em R$ 489,3 milhões no terceiro trimestre, segundo a média de projeções de Credit, Citi e Goldman. Em relação a igual período do ano passado, quando era de R$ 150 milhões, o avanço seria de 226%.
O Goldman Sachs elevou a estimativa de Ebitda para a Usiminas em 2014 em 11,6%, para R$ 2,56 bilhões. Segundo o banco, a companhia pode adicionar até R$ 975 milhões por meio de ajustes de preços - inclusive para montadoras -, a ampliação da produção de minério e as medidas antidumping contra as importações de certos tipos de laminados de aço, com origem na China, África do Sul, Coreia do Sul e Ucrânia, que serão sobretaxados.
A Gerdau divide opiniões. O Citi a considera a preferida no setor, pois a relação entre a geração de fluxo de caixa livre e o preço da ação se mostra a mais atraente do setor. Já o BTG é mais cauteloso e afirma que as expectativas do mercado estão muito altas.
O Credit espera o melhor resultado para a Gerdau desde o segundo trimestre de 2010. O negócio brasileiro da companhia tende a compensar o ambiente desfavorável de preços nos Estados Unidos e um período sazonalmente mais fraco na Espanha. O Citi concorda e estima o Ebitda da companhia em R$ 1,34 bilhão no trimestre, 30% acima de um ano antes.
"Ao mesmo tempo, a CSN está voltando ao bom caminho", dizem Edmo Chagas, Antonio Heluany e João Pedro Salgado, do BTG. Um acordo para a Transnordestina permitirá à companhia diluir sua participação no projeto e, ao dividir o controle com o governo, deixar de consolidar a dívida da ferrovia em seu balanço. Além disso, a usina de aços longos está próxima de iniciar sua produção e o fluxo de caixa será beneficiado pela compra de minério de ferro a baixos preços. "Os riscos ainda existem nos ativos da ThyssenKrupp, assim como na Namisa (mineradora de ferro), mas continuamos a ver a percepção de risco diminuir", afirmam os analistas do BTG.
O Citi projeta o Ebitda da CSN em R$ 1,36 bilhão de julho a setembro, 26% acima de um ano antes. A divisão de aço deve apresentar resultados melhores, por conta do aumento dos preços do aço e da diminuição de paradas operacionais. A área de minério de ferro também mostrará melhores volumes, na comparação trimestral, impulsionada pela compra da commodity de terceiros, dizem os analistas.

As ações de siderúrgicas brasileiras traçam um movimento de alta desde a divulgação dos resultados do segundo trimestre, que mostraram ao mercado os efeitos positivos de reajustes de preços, corte de custos e da desvalorização do real frente ao dólar. Agora, os papéis tentam antecipar um terceiro trimestre ainda melhor.


Quatro importantes casas de análise - BTG Pactual, Goldman Sachs, Credit Suisse e Citigroup - divulgaram relatórios recentemente para ajustar para cima as expectativas para os balanços de siderúrgicas no período de julho a setembro. De forma geral, os especialistas esperam que as companhias tenham Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais forte no trimestre, ajudadas pelo câmbio, pelo aumento dos preços de venda e por medidas tributárias.


Segundo o BTG Pactual, há um mês as próprias companhias eram mais conservadoras em seus comentários. O banco de investimento aponta que a Usiminas passou a projetar Ebitda de R$ 500 milhões para o terceiro trimestre, ante a sinalização de R$ 400 milhões dada em setembro.


As ações de siderúrgicas mostraram a maior surpresa positiva entre os papéis do Ibovespa no pregão seguinte à divulgação de resultados do segundo trimestre, com alta média de 2,4%, segundo estudo feito pela equipe de análise da Votorantim Corretora. Desde então, os papéis seguem recuperando as perdas no ano.


As ações preferenciais da Usiminas recuavam 39% de janeiro até a data de divulgação do balanço referente aos meses de abril a junho, em 26 de julho. De lá para cá, avançam 49%. A mesma dinâmica repete-se com os papéis da CSN e da Gerdau.


No ano, o desempenho das ações do setor siderúrgico ainda é negativo. Mas, em outubro, os papéis já acumulam altas entre 6,3% (preferenciais da Gerdau) e 12,2% (CSN). O balanço do terceiro trimestre da Usiminas será divulgado no dia 30, e o da Gerdau, dia 31. A CSN ainda não informou a data de apresentação de seus resultados.


O Credit Suisse elevou, na sexta-feira, o preço-alvo das ações preferenciais da Gerdau, de R$ 18 para R$ 20, e de Usiminas, de R$ 10 para R$ 13, ao mesmo tempo em que reforçou a recomendação de compra. A revisão reflete o aumento da projeção do dólar - de R$ 2,20 para R$ 2,30 em 2013, e de R$ 2,30 para R$ 2,40 em 2014 - e reajustes aos preços de aços planos e longos.


Já a CSN teve o preço-alvo reduzido de R$ 12 para R$ 11 pelo Credit. "O benefício da atual depreciação do real é compensado por estimativas de queda nas vendas de minério de ferro nos próximos anos", justifica a equipe liderada por Ivano Westin.


A Usiminas pode ser o destaque do trimestre, afirmam analistas. A companhia é a preferida do BTG, por conta de sua alavancagem operacional em um ambiente de recuperação de preços. Isto significa que, para a siderúrgica mineira, um aumento da receita bruta vai gerar um crescimento do resultado operacional em um percentual maior que o restante do setor. Além disso, a expectativa é que um forte volume de vendas e o controle de custos permitam à companhia interromper a sequência de seis trimestres de prejuízos consecutivos.


Mas a postura ainda é prudente para o setor. O Citi alerta para os elevados múltiplos e a contínua fraqueza de preços no mercado internacional. Para o BTG, a principal preocupação é o excesso de capacidade global, que reduz o poder de preço do setor. O Credit diz que o câmbio pode ser decisivo para a atratividade das empresas.


O Goldman Sachs destaca que a ação da Usiminas está barata em relação aos pares e sugere a compra. Já o Citi mantém a sugestão neutra: "A Usiminas tem um forte momento positivo de ganhos, mas enfrenta a tendência de fraqueza na demanda doméstica e a grande dependência de recursos do governo", afirmam os analistas Alexander Hacking e Thiago Ojea.


O Credit espera o melhor trimestre para a Usiminas em três anos. Vale destacar que, após ter reduzido o prejuízo em 75% no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 22 milhões, o terceiro trimestre pode ser a primeira vez em que a Usiminas lucrará desde o quarto trimestre de 2011.


O Ebitda da Usiminas é esperado em R$ 489,3 milhões no terceiro trimestre, segundo a média de projeções de Credit, Citi e Goldman. Em relação a igual período do ano passado, quando era de R$ 150 milhões, o avanço seria de 226%.


O Goldman Sachs elevou a estimativa de Ebitda para a Usiminas em 2014 em 11,6%, para R$ 2,56 bilhões. Segundo o banco, a companhia pode adicionar até R$ 975 milhões por meio de ajustes de preços - inclusive para montadoras -, a ampliação da produção de minério e as medidas antidumping contra as importações de certos tipos de laminados de aço, com origem na China, África do Sul, Coreia do Sul e Ucrânia, que serão sobretaxados.


A Gerdau divide opiniões. O Citi a considera a preferida no setor, pois a relação entre a geração de fluxo de caixa livre e o preço da ação se mostra a mais atraente do setor. Já o BTG é mais cauteloso e afirma que as expectativas do mercado estão muito altas.


O Credit espera o melhor resultado para a Gerdau desde o segundo trimestre de 2010. O negócio brasileiro da companhia tende a compensar o ambiente desfavorável de preços nos Estados Unidos e um período sazonalmente mais fraco na Espanha. O Citi concorda e estima o Ebitda da companhia em R$ 1,34 bilhão no trimestre, 30% acima de um ano antes.


"Ao mesmo tempo, a CSN está voltando ao bom caminho", dizem Edmo Chagas, Antonio Heluany e João Pedro Salgado, do BTG. Um acordo para a Transnordestina permitirá à companhia diluir sua participação no projeto e, ao dividir o controle com o governo, deixar de consolidar a dívida da ferrovia em seu balanço. Além disso, a usina de aços longos está próxima de iniciar sua produção e o fluxo de caixa será beneficiado pela compra de minério de ferro a baixos preços. "Os riscos ainda existem nos ativos da ThyssenKrupp, assim como na Namisa (mineradora de ferro), mas continuamos a ver a percepção de risco diminuir", afirmam os analistas do BTG.


O Citi projeta o Ebitda da CSN em R$ 1,36 bilhão de julho a setembro, 26% acima de um ano antes. A divisão de aço deve apresentar resultados melhores, por conta do aumento dos preços do aço e da diminuição de paradas operacionais. A área de minério de ferro também mostrará melhores volumes, na comparação trimestral, impulsionada pela compra da commodity de terceiros, dizem os analistas.

 

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