Petróleo

Shell elevará produção e exportação no país

Valor Econômico
09/05/2008 09:15
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Com dois grandes projetos para produção de petróleo em fase de pesados investimentos no mundo - um deles no bloco BC-10, na bacia de Campos, e outro no Golfo do México chamado "Perdido" - o Brasil ganha destaque no cenário internacional da Shell. A multinacional planeja não apenas continuar exportando o petróleo extraído no Brasil por um bom tempo, mas aumentar esse volume.

 

Hoje a companhia exporta os 32 mil barris que produz diariamente no campo Bijupirá-Salema e o mesmo destino será dado ao petróleo que será produzido nos campos Ostra, Abalone e Argonauta, que compõem a primeira fase do projeto de desenvolvimento do BC-10.


Os compradores do petróleo brasileiro vendido pela Shell variam de acordo com a oportunidade, como explica o vice-presidente de produção da companhia para Américas, Frank Glaviano.

 

"O óleo vai para onde nosso pessoal de vendas decide", resume o executivo.

 

Entre os destinos estão a China e Trinidad e Tobago, só para citar alguns locais com refinarias capazes de processar óleo pesado. A companhia anglo-holandesa vai aumentar sua produção no Brasil a partir de 2009.

 

A primeira fase do desenvolvimento de quatro campos de petróleo descobertos no BC-10 prevê a instalação da plataforma Espírito Santo, que terá capacidade de produzir 100 mil barris de petróleo por dia.

 

A embarcação já está sendo reformada em Cingapura e será conectada a 11 poços no fundo do mar, um deles para injetar gás.

 

Na segunda fase, serão perfurados mais 10 poços que vão extrair petróleo do campo Nautilus, a quarta descoberta feita no BC-10, onde a Shell tem como sócios a Petrobras (35%) e a indiana ONGC (15%). Contudo, a produção em Nautilus vai depender da unitização do campo, que se estende até o bloco BC-60 (na parte capixaba da bacia de Campos), da Petrobras.

 

Marco Brummelhuis, gerente de desenvolvimento da Shell para a América Latina, explicou que o gás produzido no BC-10 será vendido para a Petrobras. A estatal já compra o gás produzido em Bijupirá-Salema e o gás produzido do BC-10 será enviado pela Shell para o BC-60, um bloco onde a Petrobras descobriu os campos de Jubarte, Golfinho e Baleia Branca.

 

Mas a venda do gás será possível apenas quando for feito um gasoduto de transferência. Em junho do ano passado a Shell apresentou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) o plano de desenvolvimento da produção nos campos Atlanta e Oliva, encontrados no bloco BM-S-4 da bacia de Santos. Mas como se trata de óleo pesado, com 14 graus na escala do Instituto Americano de Petróleo (API na sigla em inglês) o projeto é considerado mais difícil e o plano de desenvolvimento poderá ser revisto.

 

Recordista na produção de petróleo em águas profundas, tendo alguns de seus recordes batidos pela Petrobras - em 1989 no campo de Marimbá, em 1997 em Marlim Sul e em 1999 no campo de Roncador - a Shell vai ultrapassar em profundidade o último recorde, atualmente da americana Anadarko, com o projeto Perdido.

 

A Shell é operadora, com 35%, tendo como sócias a Chevron (37,5%) e BP (27,5%). O projeto terá capacidade de produzir 130 mil barris/dia de petróleo nos campos Great White, Tobago e Silvertip, no mar próximo a Galveston, no Texas. Para produzir na área a Shell vai instalar uma plataforma do tipo SPAR ancorada a 2.

 

380 metros de profundidade.

 

No campo Tobago será instalado o sistema de produção mais profundo do mundo até agora: 2.925 metros abaixo da linha do mar. Russ Ford, vice-presidente técnico da Shell Américas, explicou que cada poço na área custa entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. A companhia tem como regra não mencionar previsões de investimentos e de produção. Por isso não são conhecidos os números totais do maior projeto da Shell em andamento. Questionado sobre os investimentos, Ford responde apenas que serão de "bilhões de dólares".

 

De fato, se for tomado como base o menor preço, somente com a perfuração dos 22 poços previstos para a área, pode-se calcular um investimento mínimo de US$ 2,2 bilhões, sem contar o custo da plataforma e dos equipamentos submarinos. O investimento se justifica pela importância que o Golfo do México tem para a área de exploração e produção da Shell.

 

Atualmente a companhia produz diariamente 3,2 milhões de barris de óleo equivalente (medida que inclui petróleo e gás) proveniente de ativos nas Américas, Alasca, África, Oriente Médio e Europa. Da produção total, 700 mil barris (21%) são extraídos nas Américas, sendo metade produzido no Golfo do México e o resto no Canadá e Brasil.

 

As Américas são responsáveis por 30% do lucro de US$ 14,6 bilhões da área de Exploração e Produção da Shell em 2007, sendo que 76% do lucro da região foi gerado nos Estados Unidos. "A região está se tornando cada vez mais importante para nós", ressalta Frank Glaviano.

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