O sistema veio para ficar e promete tornar os sistemas elétricos ainda mais eficientes.
Redação TN Petróleo/AssessoriaA ANEEL realizou nesta quarta-feira (14/6), de forma virtual, webinar sobre os caminhos para regulamentação do armazenamento de energia elétrica no Brasil. Representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ministério de Minas e Energia (MME) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) debateram os aspectos gerais e os desafios regulatórios do sistema no Brasil. O Diretor-Geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, e o Diretor da ANEEL, Hélvio Guerra, abriram o webinar.
Em sua fala, o Diretor-Geral destacou que a ANEEL tem dedicado ao longo dos anos tempo e recursos importantes para o desenvolvimento e inserção das novas tecnologias no aparato regulatório brasileiro. Lembrou, ainda, que já foi realizado um Projeto de P&D com uma abordagem aprofundada sobre as tecnologias de armazenamento e que depois aconteceram aplicações práticas, como, por exemplo, uma solução de baterias desenvolvida na subestação de Registro, área de concessão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). Feitosa ressaltou que o armazenamento de energia já foi incluído na agenda regulatória. “A Agência está atenta às disposições legais e tem incentivado os investimentos, no sentido de incorporar soluções práticas na regulação ordinária para trazer benefícios ao consumidor. O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) convive com uma grande inserção das fontes renováveis, que tem a variabilidade como uma característica, razão pela qual o armazenamento se mostra como uma alternativa importante para que possamos aproveitar as riquezas energéticas no nosso país”, reiterou o Diretor.
Já o Diretor Hélvio Guerra enfatizou que é muito importante falar sobre armazenamento de energia, pois estamos em plena transição energética. Destacou que o Brasil tem uma presença especial nessa transição pelo fato de ter mais de 85% da sua matriz energética renovável e reiterou que a ANEEL é precursora na introdução das fotovoltaicas e eólicas na matriz. Guerra lembrou que já existe o desenvolvimento das usinas com reservatórios e também das baterias, mas que é preciso avançar ainda mais. “Portugal tem uma capacidade instalada de usinas reversíveis bastante alta, é quase um terço ou mais de um terço da capacidade. No Brasil, podemos explorar o armazenamento natural dos reservatórios e também o potencial das reversíveis. O Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) tem estudos importantes indicando o potencial para instalação de novas usinas reversíveis no país”, ressaltou.
Na sequência, foi feito um panorama geral sobre o armazenamento e o olhar da ANEEL sobre o tema. A área de Inovação e Transição Energética da Agência explicou a chamada de P&D Estratégico da ANEEL de 2016, que teve como objetivo a proposição de arranjos técnicos e comerciais para avaliação e inserção de sistemas de armazenamento de energia no SEB de forma integrada e sustentável. Thiago Prado, Diretor de Planejamento Energético do MME, abordou a visão do formulador de políticas públicas sobre a tecnologia de armazenamento e citou os projetos relacionados ao tema que estão em andamento no âmbito do governo federal. Christiano Vieira, Diretor de Operação do ONS, falou sobre as perspectivas da Operação no que diz respeito ao armazenamento de energia. Já o Superintendente Adjunto de Geração da EPE, Renato Haddad, destacou a visão do planejamento da oferta centralizada de eletricidade. Ao final do evento, houve um espaço para perguntas e debate. Os interessados podem rever o webinar no canal da ANEEL no youtube.
O que é o armazenamento de energia?
Os sistemas de armazenamento são equipamentos que conseguem armazenar energia elétrica, proveniente de um gerador ou da rede elétrica, para uso posterior, aumentando dessa forma a confiabilidade e flexibilização da operação. Um exemplo são as baterias de lítio íon, entre outras tecnologias já desenvolvidas ou em desenvolvimento. É como se houvesse a possibilidade de “transportar no tempo” tanto geração quanto consumo e assim garantir flexibilidade para fazer esse “match”. As implicações disso são inúmeras em toda a estrutura de mercado, que antes não considerava essa hipótese. Leia mais.
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