Folha de São Paulo
O aquecimento do mercado de petróleo e gás está refletido no aumento de autorizações de trabalho a estrangeiros no Brasil. O setor é o que lidera as solicitações desse tipo de visto neste ano.
Segundo o Ministério do Trabalho, nesse segmento, elas passaram de 33% em 2009 para 45,5% no primeiro trimestre deste ano.
"A redução [de 2,5% nas autorizações de 2008 a 2009] não foi menor porque a participação de petróleo e gás cresceu - houve intensificação de investimentos", afirma Paulo Sérgio de Almeida, da Coordenação Geral de Imigração do ministério.
Parte desses trabalhadores vem a bordo de embarcações estrangeiras para trabalhar especialmente no Rio de Janeiro, Estado que lidera os pedidos de autorização. A tripulação acompanha equipamentos que não existem no Brasil, diz ele. Daí a necessidade de contar com mão de obra estrangeira qualificada.
A perspectiva para este ano, afirma Almeida, é que haja aumento no número de solicitações de visto, "seguindo tendência de alta nos investimentos no país".
Com o aquecimento, outros setores, como o eletroeletrônico, o automotivo, o siderúrgico e o de telefonia, também voltam a puxar estrangeiros para o Brasil.
"Construção, engenharia e petróleo, em que a demanda é brutal, carecem de mão de obra especializada", diz o professor do IESE Business School Paulo Ferreira.
Segundo ele, o mercado brasileiro é atraente para os estrangeiros, pois os salários em reais são compatíveis com os em euro e dólar.
AO REDOR DO MUNDO
Estados Unidos e Reino Unido são os países que lideram as autorizações de visto de trabalho. Filipinas vem em terceiro - é de lá que vem boa parte dos tripulantes das embarcações estrangeiras.
James Wright, da FIA (Fundação Instituto de Administração), diz que metade da turma de MBA Internacional da instituição é formada de americanos e europeus. "Boa parte vem com a ideia de ficar", considera.
O franco-americano Fabrice Wormus é um dos que pretendem permanecer aqui. Nesta semana, começou como analista de produto na Ticket -depois de ter estagiado e feito trainee no país.
Segundo ele, seu salário hoje é de 10% a 20% maior do que o que recebia em Paris.
Seu visto de trabalho é válido por 24 meses. "Gostaria de ficar. Gosto da forma do trabalho -faço minha própria gestão- e da interação com a equipe." Depois, acrescenta: "E também dos feriados prolongados".
FONTE: Folha de São Paulo
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