Evento

Setor de energia busca reduzir impacto das mudanças climáticas sobre suas operações

Medidas incluem análises de modelos meteorológicos futuros para realizar adaptações e medidas de mitigação do impacto climático sobre as linhas de transmissão, segundo relatos feitos durante o II EMSEA, promovido pela Climatempo, com a participação de empresas como Alupar, EDP e ISA CTEEP, além da ANEEL.

Redação TN Petróleo/Assessoria
30/07/2024 14:20
Setor de energia busca reduzir impacto das mudanças climáticas sobre suas operações Imagem: Divulgação Visualizações: 822 (0) (0) (0) (0)

As concessionárias de energia estão incluindo os estudos climáticos futuros em seus projetos, como forma de proteger os ativos e manter a operação, em um cenário no qual as linhas de transmissão estão sendo impactadas por ventos cada vez mais velozes, descargas elétricas, erosões e incêndios mais recorrentes, que causam desligamentos e prejuízos às empresas e à sociedade O cenário de atenção no setor e as medidas que vêm sendo adotadas foram destaque do II EMSEA – Encontro Nacional de Mudanças Climáticas Para o Setor de Energia e Agronegócio –, realizado pela Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, na última quinta-feira (25/07), no parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP).

"Não basta hoje olhar apenas o histórico dos eventos, porque o cenário mudou com o aquecimento global, então são necessárias análises de modelos meteorológicos futuros para que sejam feitas adaptações e medidas de mitigação dos impactos nas linhas", afirmou o superintendente de transmissão da Alupar, Sergio Antezana, painelista do II EMSEA. "Desta forma, conseguimos, por exemplo, realizar a poda da vegetação de forma mais inteligente em áreas com risco de incêndio ou identificar onde pode haver chuvas fortes e enviar equipes que atuem rapidamente no caso de desligamento".

Para contribuir com as questões de transição energética e de descarbonização, o segmento de transmissão necessita atualmente de mais infraestrutura para levar a energia renovável primordialmente gerada no Norte e Nordeste do Brasil para os grandes centros de consumo do Sul, Sudeste e Centro Oeste. "A geração elétrica brasileira hoje é 90% renovável, mas são necessárias mais linhas de transmissão para ajudar a promover a transição energética nacional, limpando o consumo nos grandes centros", observou o diretor de ESG da EDP, Dominic Schmal.

O desafio de conectar as linhas com tecnologia de baixa emissão de carbono

No ano passado, mais de 10 mil quilômetros de linhas foram leiloados para fazer essa conexão, e o desafio será implementar os novos projetos com tecnologia de baixa emissão de carbono e uma infraestrutura adaptada às mudanças climáticas. "Temos realizado estudos para adotar medidas adaptativas nos projetos, porém os eventos climáticos mais extremos são realidade e o desafio é trazer essa discussão dos impactos também para a regulação do setor", apontou Ana Carolina David (foto), gerente de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da ISA CTEEP.

Sobre essa questão, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizou tomada de subsídios no primeiro semestre do ano para avaliar a necessidade de intervenção regulatória associada ao aumento da resiliência a eventos climáticos nos sistemas de transmissão e distribuição. Segundo a coordenadora da Secretaria de Inovação e Transição Energética da ANEEL, Djane Fontan Melo, painelista do encontro, a agência está atenta ao fluxo da energia limpa para as áreas de maior consumo e aos desafios de resiliência das linhas frente aos eventos climáticos extremos, como maneiras de colaborar com a transição energética e garantir a segurança energética brasileira.

Papel do GN e do biometano na transição energética

O gás natural e o biometano também possuem papeis importantes no contexto de transição energética, pois são fontes energéticas menos intensivas que substituem os combustíveis fósseis. "Comparado ao diesel, o uso do metano é capaz de gerar uma descarbonização significativa especialmente no transporte pesado", disse no evento Christiane Delart, diretora de distribuição de gás na Naturgy Brasil.

Concessionárias como a Naturgy Brasil e a Comgás estão empenhadas em desenvolver corredores sustentáveis no País, a fim de estimular a circulação de frotas de caminhões movidos a gás natural e biometano pelas rodovias brasileiras. Por enquanto, um corredor verde na Rodovia Presidente Dutra, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, está em operação, mas outros 10 estão previstos para funcionarem em outras rodovias no curto prazo.

Sobre a Climatempo - A Climatempo é a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina. Desenvolve serviços de análises e previsões meteorológicas para empresas e instituições da área pública e privada, com serviços especializados que atendem diversos setores de atividades, como energia, mineração, agronegócio e logística, entre outros. Para o público em geral, fornece informações sobre o tempo por meio do seu website e aplicativos, e boletins com previsão do tempo para diversos veículos de comunicação. Juntos, esses canais somam 20 milhões de usuários mensalmente.

Comprometida com a inovação, foi a primeira empresa privada a oferecer análises climáticas customizadas no mercado brasileiro e, em 2015, instalou o LABS Climatempo no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), para atuar na pesquisa e no desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Fundada em 1988, a Climatempo foi adquirida, em 2019, pela StormGeo, empresa líder global em serviços de inteligência meteorológica e suporte à decisão, sediada na Noruega, com presença em 15 países e 515 funcionários, e que, desde 2021, integra o grupo Alfa Laval, líder global no fornecimento de produtos nas áreas de transferência de calor, separação e manuseio de fluidos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reconhecimento
thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul é reconhecida, pelo se...
17/10/24
Etanol de milho
BNDES aprova R$ 500 mi para planta de etanol de milho no...
16/10/24
Etanol
Hidratado sobe 2,31% na semana; anidro também valoriza
14/10/24
Belo Horizonte
Inovação e transição energética serão alguns dos temas d...
11/10/24
Transição Energética
Transição energética justa só existe se o consumidor for...
10/10/24
Etanol
FS realizará segunda fase de investimento no projeto BEC...
08/10/24
Evento
Ultragaz participa do evento Liderança Verde Brasil Expo
08/10/24
Descarbonização
MME anuncia R$ 6 bilhões em investimentos para descarbon...
07/10/24
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana no vermelho
07/10/24
Evento
Naturgy debate as perspectivas do biometano e do gás nat...
04/10/24
UTILIDADE PÚBLICA
Aviso de RECALL - Decathlon
03/10/24
Inteligência Artificial
Somente 10% das empresas brasileiras estão prontas para ...
30/09/24
Meio ambiente
Diante da crise climática, gigantes como Petrobras, Bras...
30/09/24
Etanol
Hidratado valoriza 2,28% na semana e anidro volta a subi...
30/09/24
Inteligência Artificial
NEC utiliza IA para analisar a confiabilidade das inform...
27/09/24
Estudo Inédito
Estudo inédito mapeia oportunidades de desenvolvimento i...
27/09/24
Climate Week
Schneider Electric lidera discussões de transição energé...
27/09/24
ROG.e 2024
Setor de óleo e gás impulsiona transição energética
26/09/24
Construção Sustentável
A transformação sustentável nos edifícios é indispensáve...
25/09/24
ROG.e 2024
Esforços das empresas para reduzir emissões têm destaque...
25/09/24
ROG.e 2024
Biorrefino e gás natural são essenciais para a transição...
24/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21