Instituição oferecerá uma pós-graduação e abrirá um novo centro e uma nova escola para atender formação de mão de obra.
Agência Indusnet Fiesp/RedaçãoÉ preciso estar atento, forte e, principalmente, preparado. A indústria 4.0, na qual ferramentas digitais integram todas as etapas da produção, permitindo a automação e a integração de modo nunca visto antes, pede trabalhadores flexíveis, qualificados e, principalmente, abertos a novos aprendizados o tempo todo. Num cenário em que os bancos de dados de todas as plantas industriais podem ser acessados a qualquer hora, de qualquer ponto, a formação profissional na área também precisa mudar, se adaptar. Não à toa essa é uma das discussões mais importantes atualmente no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP).
O assunto foi tema do Workshop “Indústria 4.0”, realizado nesta quinta-feira (23/06), na Escola Senai Armando de Arruda Pereira, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
Em palestra sobre “A Indústria 4.0 e o futuro dos empregos”, o gerente de inovação e de tecnologia do Senai-SP, Osvaldo Maia, destacou que tantas mudanças têm reflexos na mão de obra que a instituição forma e que essa nova “revolução industrial” veio para mudar tudo. “O chão de fábrica vai mudar muito a partir dessa interação proporcionada pela tecnologia”, explicou. “Os profissionais precisam se adaptar”.
E como será essa adaptação? “Os alunos e trabalhadores da área precisarão ser mais críticos, flexíveis, aptos a usar as novas mídias e dispostos a aprender sempre”, disse Maia.
Segundo ele, a estimativa, nesse contexto de mudança, é de que, num prazo de cinco anos, 35% de todo o conhecimento assimilado seja descartável. “Quem faz Engenharia, por exemplo, já se forma tendo que descartar 35% daquilo que aprendeu no início da faculdade”, afirmou.
E tem mais: a estimativa é de que, em todo mundo, entre 2015 e 2020, 7 milhões de vagas de trabalho sejam eliminadas por conta da expansão da indústria 4.0.
Entre os novos conhecimentos que passarão, cada vez mais, a fazer parte do dia a dia das empresas do setor, estão a inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, impressão 3D e biotecnologia.
Aos gestores e responsáveis por recursos humanos na área, Maia recomenda atenção a alguns pontos, como o incentivo ao aprendizado contínuo. “É preciso repensar os sistemas educacionais, integrar conhecimentos antes separados, como os de exatas e humanas, estimular a colaboração entre o público e o privado e a integração entre as indústrias”.
Segundo Maia, “a sobrevivência das empresas depende disso, porque o mundo está mudando, e a forma de fabricar e comercializar produtos também. Somente por meio da educação profissionalizante será possível preparar o futuro profissional para o novo mercado de trabalho.”
As ações do Senai-SP
O que o Senai-SP tem feito no sentido de formar profissionais para a indústria 4.0? Pelo menos três ações: a oferta, a partir de julho, de uma pós-graduação em Internet das Coisas na Escola Senai Mariano Ferraz, na Vila Leopoldina, em São Paulo; a abertura, em 2017, de um Centro de Tecnologia da Ciência da Computação em São Caetano do Sul e a inauguração de uma nova sede para a escola de Mecatrônica da instituição, também em São Caetano do Sul, no segundo semestre de 2016.
“Temos uma base forte em eletrônica e mecatrônica, áreas muito importantes da indústria 4.0”, explicou Maia. “Queremos estar no centro da discussão desse processo de mudança.”
O workshop teve apresentações também a cargo de representantes da Siemens, Lincoln, Festo e TecnoHow, além do diretor do Senai de São Caetano, Osvaldo Luiz Padovan.
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