Energia

Sem uma nova orientação, emissões continuarão aumentando

Valor Econômico
11/11/2009 13:09
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O mundo enfrentará um salto nos custos dos combustíveis fósseis, bem como um aumento nas emissões de carbono que aquecem o planeta, a menos que se consiga chegar a um acordo sobre mudança climática, disse ontem a Agência Internacional de Energia (AIE).
 
A AIE advertiu ainda que o preço dos créditos de carbono terão mais que dobrar em relação aos níveis de hoje para fazer com que as soluções tecnológicas para combater as mudanças climáticas se tornem economicamente atrativas.
 
 
Atualmente, os créditos de carbono são comercializados a US$ 21 por tonelada na União Europeia. Nos EUA, o formato de venda de créditos ainda está sendo negociado. A lei ambiental, que está para ser votada no Senado americano, delimita o teto em US$ 48 por tonelada, mas permitiria um aumento gradual a partir de 2020, alcançando um teto de US$ 90 em 2030.
Ao defender com veemência um acordo global na conferência do clima da ONU em Copenhague, em dezembro, a AIE disse que o uso de combustíveis fósseis tenderá a aumentar se as políticas públicas se mantiverem inalteradas. “Um acordo em Copenhague é vital”, disse à agência de notícias Reuters o diretor executivo da AIE, Nobuo Tanaka, no lançamento do relatório anual da agência, o Panorama Energético Mundial.
 
“Os governos precisam chegar a acordos claros para aprimorar a eficiência e para desenvolver formas alternativas de energia, inclusive nuclear”, afirmou.
 
Muitos políticos alertaram que é improvável que um acordo expressivo seja selado em Copenhague. Sem tal acordo, o quociente de energia gasta em relação ao PIB para os maiores países consumidores poderá dobrar até 2030, disse a AIE. O mundo precisaria então gastar US$ 500 bilhões adicionais para reduzir as emissões de carbono para cada ano que adie a implantação de um acordo sobre aquecimento global, disse o relatório. “A hora de agir chegou.”
 
“Na condição de principal fonte de emissões de gases estufa, a energia está no centro do problema e, portanto, deve ser parte integral da solução”.
 
O economista-chefe da AIE, Fatih Birol, disse em entrevista à Reuters que o mundo precisa estabilizar a concentração das emissões de gases estufa na atmosfera a 450 ppm (partes por milhão) de CO2 equivalente. “O mundo precisa rumar na direção da meta de 450 ppm, não só em função da mudança climática, mas devido aos problemas crescentes dentro do nosso sistema energético e suas possíveis implicações mais uma vez na economia”, afirmou Birol.
 
A demanda global por energia deverá aumentar a uma média de 2,5% ao ano durante os próximos cinco anos, se os governos não promoverem nenhuma mudança nas suas políticas e ações atuais.
 
Nessas circunstâncias, que a AIE chamou de seu cenário de referência, a demanda de energia primária mundial aumentaria a uma média de 1,5% ao ano nas próximas duas décadas.
 
A demanda por petróleo, excluindo biocombustíveis, aumentaria em 1% ao ano, de 85 milhões de barris por dia (bpd) em 2008, para 105 milhões/bpd até 2030. Isto representou uma ligeira redução na sua projeção da demanda, refletindo o impacto da recessão econômica global. No ano passado, a agência, que assessora 28 países industrializados, projetou que o consumo do petróleo atingiria 106 milhões/bpd até 2030. Birol disse que o preço do petróleo provavelmente atingirá US$ 100 o barril até 2015 e US$ 190 até 2030.
 
A AIE ressaltou, porém, que a tendência para um uso mais intenso de hidrocarbonetos não diminuiria sem um acordo sobre mudança energética. “Os combustíveis fósseis continuam sendo as fontes dominantes de energia primária mundialmente no cenário de referência, respondendo por mais de 75% do aumento total no uso de energia”, disse a AIE.
 
Uma força motriz decisiva da demanda energética seria o crescimento inexorável na geração de energia, disse, projetando no seu cenário de referência que a demanda mundial de energia elétrica cresceria a 2,5% ao ano até 2030.
 
Destacando a necessidade de se distanciar da dependência sobre combustíveis fósseis, Birol disse que sem um acordo de mudança climática a conta anual de energia da União Europeia mais do que dobraria, dos US$ 160 bilhões nos 30 anos passados, para US$ 500 bilhões até 2030.
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