A greve dos operários que trabalham na construção do Porto do Açu, empreendimento do empresário Eike Batista, em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, vai continuar por tempo indeterminado. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Imobiliários do Norte Fluminense, José Carlos Eulálio, a greve, que começou na última segunda-feira (27), continuará caso a empresa de logística que pertence ao grupo EBX, a LLX, não atenda às reivindicações da categoria.
Eulálio disse que a paralisação foi motivada pelo não cumprimento de acordo firmado no ano passado com a ARG, companhia contratada pelas empresas do grupo EBX. Segundo ele, o acordo previa pagamentos de insalubridade, periculosidade, horas extras, adicionais noturnos, vale-transporte, além de uma escala de trabalho que não foi obedecida.
"Uma escala em que se trabalha seis dias e folga-se três sem adicional, sem hora extra. Se cair no domingo e feriado, a gente trabalha como se fosse um dia normal. Se eles [diretores da empresa] continuarem com esse radicalismo, vamos comunicar ao Ministério Público do Trabalho a falta de equilíbrio e de coerência dos dirigentes desta empresa", completou.
Segundo Eulálio, mais de mil trabalhadores que aderiram à greve reivindicam reajuste de 18%, sendo 14% sobre o salário mínimo e mais 4% de produtividade. O sindicalista disse que a empresa negou-se a adicionar esse percentual e exigiu a volta dos trabalhadores às suas atividades. "Os dirigentes da EBX e da ARG falam que não pagaram porque têm laudos que dizem que não necessitam pagar e que essa escala é como uma economia da empresa".
A LLX confirmou, em nota divulgada à imprensa, que, desde a manhã de segunda-feira, um grupo de trabalhadores do consórcio ARG participa de uma manifestação na entrada de acesso ao Porto do Açu. "A LLX e a OSX cumprem rigorosamente todas as normas e determinações da legislação brasileira e exigem, em contrato, o mesmo padrão de seus parceiros", diz a nota.