Redação/Assessoria
A Indústria 4.0 amplia as possibilidades de automação das empresas, mas traz novos desafios. Nesse contexto, a cibersegurança ganha papel de destaque na gestão. O assunto esteve em pauta em seminário realizado pela Sociedade Internacional de Automação (ISA Brasil), com apoio do Sistema Firjan.
Para Guilherme Neves, diretor de TI da ISA e sócio da DOUTORNET, a cibersegurança é muito mais do que somente a segurança da informação, mas também dos processos industriais e até da segurança física das infraestruturas. O diretor também expôs que no Brasil, pela falta de obrigatoriedade de notificação por parte das empresas, a sensação de segurança é maior, o que não reflete a realidade.
“No mundo, são reportados mais de 50 milhões de ataques por hora. No Brasil, foram reportados um pouco mais de 800 mil incidentes no ano de 2017 todo. Isso não pode ser verdade. Sem saber a real situação, não há como planejar.”
André Luis Dorner, consultor de Serviços Tecnológicos do Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Automação e Simulação, apresentou palestra sobre cibersegurança na indústria de bebidas, usando como exemplo uma cervejaria. Para ele, os sistemas de cibersegurança devem começar a ser planejados dentro da planta da fábrica, observando os maquinários automatizados, como eles estão interligados e as redes de conexão disponíveis.
“O passo a passo consiste em realizar inventário da rede de automação, entrevistar os gestores de todas as áreas da empresa, levantar as vulnerabilidades e ameaças e definir quais são as contramedidas e respostas a incidentes. A partir desse diagnóstico, elabora-se um plano de tratamento de riscos, que deve ter manutenção e gestão continuada”, esclareceu.
Ainda assim, de acordo com o consultor, muitos gestores de empresas não entendem a importância nem a necessidade de investir nessa área, por considerarem suas fábricas sem nada de interessante para ser roubado ou entenderem que já estão completamente seguros com sistemas básicos de segurança virtual.
“Qualquer modificação em máquinas automatizadas pode danificar toda uma produção. As consequências podem ser bem graves”, alertou Dorner.
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