A estatal brasileira Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, informou que uma eventual decisão da alemã Siemens de retirar-se definitivamente do setor nuclear não afetará em nada a construção da usina nuclear Angra 3 e nem a manutenção das usinas Angra 1 e 2.
De acordo com as informações da Eletronuclear, todos os equipamentos e serviços de Angra 3, que seriam produzidos pela Siemens, serão fornecidos pela estatal francesa Areva, empresa que se associou à alemã, para a área nuclear, em 2001 e que assumiu a totalidade das operações em 2009. Os equipamentos de Angra 3, que estão no Brasil desde a década de 1980, foram fabricados pela Siemens.
A Eletronuclear também informou que, no caso de Angra 1 e 2, os equipamentos fabricados pela Siemens são os turbogeradores convencionais, sem nenhuma relação com o combustível usado pelas usinas. A própria Siemens já anunciou que continuará fabricando esses equipamentos, que são os mesmos de termelétricas a gás ou que utilizam qualquer outro combustível que não o nuclear.
Para o futuro, ainda há dúvidas em relação às consequências da saída da Siemens do setor nuclear. Por exemplo, como ficarão os planos de atuação conjunta com a russa Rosatom, assumidos após o fim da associação com a Areva. Essa associação previa que as duas empresas iriam participar de futuras licitações internacionais conjuntamente para fornecer tecnologia e equipamentos. Não se sabe também o que acontecerá com os acordos de assistência e fornecimento mantidos entre a Siemens e a própria Areva após o fim da associação entre as duas. A Eletronuclear considera que essas questões sobre o futuro da empresa alemã, contudo, não são de sua competência.