Jornal do Commercio
A Rússia vai reduzir o envio de gás à Europa via Ucrânia na mesma quantidade que afirma que Kiev estaria roubando. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, ordenou que a empresa que monopoliza o gás no país, a Gazprom, reduza a oferta à fronteira ucraniana, ampliando a disputa entre os dois países. A Europa conta com os gasodutos que passam pela Ucrânia para receber um quinto de seu gás. "Sim, corte hoje (ontem)", disse Putin ao presidente-executivo da Gazprom, Alexei Miller, na residência do premiê perto de Moscou.
A Rússia, em uma disputa com Kiev sobre dívidas e preços, cortou a oferta de gás para a Ucrânia na última quinta-feira. A disputa já cortou o envio de gás para a Grécia em um terço e prejudicou a oferta para outros consumidores do leste europeu. A União Européia marcou para hoje uma reunião com a Gazprom para pressionar por uma solução rápida ao impasse. A reunião acontecerá em uma capital européia ainda a ser confirmada.
Os problemas no fornecimento de gás atingiram até agora Turquia, Polônia, Romênia, Bulgária e Hungria. A República Tcheca, que detém a Presidência rotativa da UE, relatou uma queda de 9,5% no fluxo de gás. Empresas energéticas européias têm gás suficiente em estoques para manter a oferta por vários dias, mas analistas dizem que elas podem ter problemas se a disputa se arrastar por muito mais tempo.
Miller disse a Putin que tinha proposto reduzir em 65,3 milhões de metros cúbicos o gás entregue à Europa via Ucrânia, a quantidade que o país acusa Kiev de roubar. A quantia representa cerca de um sexto do volume que a Rússia envia via Ucrânia a clientes europeus.
Para compensar pela redução, Miller disse que a Gazprom enviaria um volume adicional através de rotas alternativas, incluindo Belarus, um gasoduto no Mar Negro e reservas subterrâneas na Europa. Além disso, a produtora norueguesa de petróleo e gás StatoilHydro - segunda maior fornecedora da Europa depois da Gazprom -prometeu vender mais gás natural para a UE.
Fale Conosco
23