Redação/Agência Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que está monitorando de perto o movimento de alta do dólar. Em audiência nesta terça-feira (19), senadores demonstraram preocupação com a disparada da moeda americana, que bateu R$ 4,20 na segunda-feira (18), maior valor nominal (sem contar a inflação) da história.
Para Campos Neto, além de questões externas, relacionadas à economia global, a moeda dos Estados Unidos registrou valorização também por conta do leilão do pré-sal no início de novembro, quando se esperava entrada maior de capital estrangeiro. Realizado em 6 de novembro, o leilão arrecadou R$ 70 bilhões de reais, valor abaixo do que era esperado pelo governo.
— O dólar teve um último movimento recente que foi a cessão onerosa, quando agentes do mercado esperavam entrada de recursos maior do que a ocorrida. E muitos agentes se posicionaram para capturar esse dólar caindo. Como a entrada não veio na mesma magnitude, tem-se agora uma volta. Isso é parte da explicação; parte é global. Além disso, tem muito exportador e importador segurando também, de forma que recursos estão ficando mais lá fora. São várias explicações. Recentemente, de fato, houve frustração com a cessão onerosa. Mas estamos monitorando de perto — explicou.
Ele destacou ainda que as variáveis responsáveis pela desvalorização do real são diferentes do passado, pois atualmente não houve aumento do risco Brasil, queda de bolsa de valores ou aumento da inflação. A moeda se desvalorizou, mas com percepção de melhora do cenário econômico, na opinião dele.
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