Investimento

Rio Grande sediará primeiro terminal de GNL on shore do Brasil

<P>Dique seco, fábrica de cascos, construção e montagem de plataformas oceânicas, terminal e uma fábrica de celulose são alguns dos investimentos previstos para a região sul do Estado e anunciados em menos de três anos. A maioria destes empreendimentos está localizada em Rio Grande, que a c...

Jornal Agora - RS
18/12/2008 00:00
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Dique seco, fábrica de cascos, construção e montagem de plataformas oceânicas, terminal e uma fábrica de celulose são alguns dos investimentos previstos para a região sul do Estado e anunciados em menos de três anos. A maioria destes empreendimentos está localizada em Rio Grande, que a cada dia se afasta cada vez mais da anunciada crise econômica internacional. A Petrobras garante a continuidade dos projetos, enquanto outras empresas procuram por espaço no Distrito Industrial, a fim de integrar o mais novo Pólo Naval do País que, nos próximos anos, se transformará ainda em centros de indústrias do setor metal-mecânico, além das de fertilizantes que atualmente já se encontram instaladas na área retroportuária.

A nova pérola anunciada à mais antiga cidade do Rio Grande do Sul foi confirmada ontem pela governadora Yeda Crusius, em Porto Alegre. Trata-se da construção de um Projeto Integrado de Terminal de Recebimento e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Porto do Rio Grande pela empresa Gás Energy New Ventures. A previsão de investimentos é superior a US$ 1,2 bilhão, devendo entrar em operação em três anos a contar da licença ambiental. A planta deverá ocupar uma área de aproximadamente 20 hectares, entre os postos Buffon e Ongaratto, na BR-392. Do investimento total de US$ 1,250 bilhão, US$ 800 milhões serão aplicados na termelétrica e US$ 450 milhões no Terminal de Regaseificação de GNL (Tergas).

Durante a assinatura do protocolo de intenções, foi anunciada a criação de 1,2 mil empregos diretos e 4 mil vagas de forma indireta. Yeda Crusius ressaltou a importância do Porto e disse que o investimento é fruto da confiança gerada pelo Município. É um projeto do Rio Grande, que constrói uma nova matriz energética para o país, disse a governadora. O Rio Grande do Sul também será o primeiro Estado do Brasil a se credenciar para receber o gás vindo da camada pré-sal, GNL, de comercialização prevista para os anos de 2014 e 2015. A intenção ainda é viabilizar a construção de um gasoduto entre o Terminal e Porto Alegre (são apenas 300 quilômetros de distância), ou Pelotas, Bagé e outras regiões. O seu volume de gás será três vezes superior ao vindo do Estado pelo gasoduto Bolívia/Brasil.

Conforme o sócio-diretor do consórcio GásEnergy, Marco Aurélio Tavares, depois da conclusão dos investimentos, serão criados 200 postos fixos de trabalho. Segundo ele, o terminal pode ser duplicado ou triplicado rapidamente em acordo com as necessidades de energia. Em 2009 a GásEnergy participará do leilão de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para entrega entre os anos de 2012 e 2013.

No que consiste o Terminal

O Terminal de Regaseificação de GNL do Rio Grande (Tergas) e a Usina Termelétrica do Rio Grande (UTE Rio Grande) constitui-se no primeiro terminal on shore (em terra firme) no Brasil e o segundo na América do Sul. Com capacidade inicial de processar 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o Tergas receberá cerca de três vezes o volume de gás que o Rio Grande do Sul hoje traz por gasoduto, criando uma alternativa de recebimento de gás natural, essencial para a estabilidade e o crescimento da economia do Estado.

A UTE Rio Grande é uma alternativa na geração de energia no Estado, com uma potência instalada em escala internacional de 1.000 MW, propiciando a competitividade para introduzir nos leilões de energia nova uma solução econômica e ambientalmente mais completa que outras contratadas recentemente.

A Gás Energy New Ventures terá como parceiros no grupo desenvolvedor do Tergás, o Fundo InfraBrasil/Santander e a Avir Geração de Energia. Na UTE Rio Grande, os parceiros são a Omega Engenharia e a General Eletric do Brasil.

Rio Grande recebe hoje técnicos da Gás Energy

Logo após a assinatura do protocolo de intenções, a comitiva municipal que se encontrava na Capital participou de uma reunião com técnicos da Gás Energy New Ventures. De acordo com o prefeito Janir Branco, os profissionais participam hoje da reunião-almoço promovida na Câmara de Comércio, que deverá contar também com a presença dos secretários estaduais Márcio Biolchi (Desenvolvimento e Assuntos Internacionais) e Daniel Andrade (Infra-estrutura e Logística).

Em seguida, os técnicos se deslocam ao Distrito Industrial objetivando conhecer o local onde a planta de GNL será instalada. A reunião abordou detalhes sobre o projeto a ser instalado em uma área do Distrito Industrial, passível ao Estado. O encontro contou com a presença da Fepam, que prometeu agilidade no processo de liberação das licenças ambientais, explica.

Quanto ao empreendimento, Janir Branco comemora a mais recente conquista da cidade. As secretarias ligadas ao grupo de trabalho estão atentas às mudanças. É preciso saber os reflexos que a planta de GNL e a termelétrica irão causar ao Município para que a Prefeitura possa atender a nova demanda, diz o chefe do Executivo.

Para ele, a construção do terminal valoriza o potencial energético do Brasil, sobretudo o do Porto do Rio Grande. A energia irá garantir não só o produto às empresas que hoje já se encontram instaladas no Distrito Industrial, mas abre portas para que novas indústrias venham para Rio Grande, o que oportuniza a captação de novas indústrias como a Gerdau, declara Janir Branco.

Cidade precisará do auxílio do Estado

A planta de GNL no Município será um projeto realizado em parceria com o governo do Estado que, segundo o secretário municipal de Coordenação e Planejamento, Paulo Cuchiara, deverá auxiliar na infra-estrutura do Município. Não temos esclarecimentos específicos sobre os reflexos a serem causados pelo investimento. No entanto, o projeto prevê a geração de um número considerável de empregos e, para tanto, a cidade precisa estar preparada, explica o secretário.

Cuchiara avalia a necessidade de o governo fazer parte deste trabalho em vista à ampliação da infra-estrutura local. Segundo ele, as áreas que mais necessitam de investimentos são as da Saúde, Educação e Infra-estrutura (esgoto, sistema viário). Hoje a WTorre entrou com o projeto visando à construção das primeiras 2,6 mil casas no Distrito Industrial, o que auxiliará para diminuir o déficit ligado à habitação. No entanto, é preciso ampliar escolas e o número de leitos hospitalares, além de criar ou aumentar o pronto-socorro, pois a população crescerá nos próximos anos, fala ele. Para isso, Cuchiara diz que a Prefeitura já dispõe de projetos para estas áreas, mas o Estado terá que contribuir. Entretanto, a Secretaria Estadual de Educação prevê o fechamento de escolas na cidade como a Presidente Vargas.

Deputado diz que investimento será a redenção da cidade

O deputado estadual Sandro Boka (PMDB), um dos primeiros a levantar a bandeira pela construção de uma planta de GNL no Estado, diz que as tratativas iniciaram há um ano, quando coordenou a Comissão de Representação Externa criada na Assembléia Legislativa visando a tratar do assunto. Para ele, a concretização do empreendimento transformará o Porto do Rio Grande em um dos locais mais receptivos à atração de grandes investimentos, colocando o Município na rota de empresas do setor metal-mecânico. O Pólo Naval iniciou a consolidação econômica da cidade e do Rio Grande do Sul, mas os novos empreendimentos apontam para a redenção do Rio Grande, declara.

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