Boletim produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro totaliza US$ 58,6 bilhões na corrente de comércio fluminense entre janeiro e setembro. Firjan defende urgência nas negociações para revogação das tarifas adicionais dos EUA às exportações brasileiras.
Redação TN Petróleo/Assessoria Firjan
Setembro trouxe um resultado positivo para a balança comercial do Rio de Janeiro: o estado apresentou superávit de US$ 8,7 bilhões, no acumulado anual de 2025. A corrente de comércio fluminense registrou US$ 33,6 bilhões em exportações e US$ 25 bilhões nas importações, totalizando US$ 58,6 bilhões de janeiro a setembro. As informações são da edição outubro do Rio Exporta, boletim de comércio exterior produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
As informações podem ser acessadas por meio da plataforma de dados dinâmicos pelo link
Com esse resultado, o Rio de Janeiro manteve-se como o segundo maior player entre as unidades federativas com maior participação na corrente de comércio brasileira, atrás apenas de São Paulo. O resultado mensal de setembro também foi favorável para a corrente de comércio nacional, que somou US$ 470 bilhões, com um avanço de 4%. O setor de manufaturados cresceu 5%, a maior variação positiva nas exportações brasileiras.
Sem petróleo, exportações caem para Ásia e sobem para UE
Embora as exportações fluminenses exclusive petróleo tenham caído 5%, e nos embarques para a Ásia no acumulado de 2025, frente ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 8% nas vendas para a União Europeia. O periódico mensal da Firjan destaca que a queda foi provocada pela redução de 34% nos embarques para a Ásia, totalizando US$ 1,5 bilhão, como um reflexo do recuo de 57% nas exportações para Singapura (US$ 653 milhões).
Houve queda de 35% especialmente nas vendas de bombas e compressores, que somou US$ 209 milhões. O Rio de Janeiro enviou para o exterior um total de produtos, exclusive petróleo, no valor de US$ 7,1 bilhões no período. O aumento do percentual para a União Europeia refere-se aos US$ 716 milhões, gerado, entre outros fatores, pelas exportações destinadas à França, que somaram US$ 148 milhões e cresceram 25% no período.
Importações sem petróleo crescem
Com alta de 24% em relação a 2024, as importações fluminenses exclusive petróleo totalizaram US$ 23,1 bilhões de janeiro a setembro de 2025. Esse aumento foi impulsionado pela expansão de 113% nas compras oriundas da Ásia (US$ 5,1 bilhões), em especial da China (US$ 1,3 bilhão; +13%) e de Singapura (US$ 2,4 bilhões; +1.000%).
Também houve um crescimento de 11% nas importações provenientes da USMCA, acordo de livre comércio entre Canadá, México e Estados Unidos, que alcançaram US$ 8,1 bilhões. O resultado reflete o aumento de 34% nas compras de partes de motores e turbinas para aviação originárias dos EUA, entre outros itens.
Índices recuam
O periódico da Firjan destaca também que o índice de Preço das exportações do Rio de Janeiro e o índice Quantum recuaram no terceiro trimestre de 2025, em relação ao mesmo período de 2024.
O primeiro caiu 11%, assim como o registro de queda de 9% no setor de Bebidas. Já o segundo diminuiu 2%, com crescimento de 56% no índice Quantum da indústria de Veículos automotores, refletindo alta de 55% nas exportações do setor ao longo do ano.
Firjan defende urgência nas negociações para revogação das tarifas adicionais
A Firjan reitera a importância do diálogo entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, com apoio do setor empresarial, para a conclusão das negociações em curso para a revogação das tarifas adicionais em 40% impostas às exportações brasileiras.
Para a federação, a falta de previsibilidade gera incertezas entre parceiros históricos e com impactos diretos em investimentos e na competitividade de ambas as partes. Desta forma, é fundamental que Brasil e Estados Unidos alcancem um resultado favorável nas negociações em curso.
Na última sexta-feira (14/11), o governo dos EUA anunciou nova ordem executiva que retira a tarifa recíproca de 10% sobre uma série de produtos agrícolas, como: carne, laranja, frutas cítricas, açaí, café, entre outros. A medida passa a valer retroativamente a partir do dia 13 de novembro para todos os parceiros comerciais dos EUA. No entanto, produtos brasileiros permanecem sujeitos aos 40% adicionais anunciados em julho.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), considerando todas as medidas anunciadas até o momento, somente 26% das exportações nacionais para os EUA estão sem tarifas adicionais, indicando um longo caminho a ser percorrido.
Este cenário segue promovendo um desequilíbrio ao comércio bilateral e prejuízos à competitividade e à atuação das empresas fluminenses no mercado internacional, em especial aos pequenos e médios empresários. No estado do Rio de Janeiro, as micro e pequenas empresas representam 38% das empresas exportadoras.
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