A todo momento, se diz que o Brasil precisa de diversos estaleiros de reparos navais. Mas o principal empresário brasileiro do segmento, Paulo Rebelo, presidente da Renave/Enavi, afirma que, na atual situação, não há como surgir sequer um, quanto mais diversos esta
Monitor MercantilA todo momento, se diz que o Brasil precisa de diversos estaleiros de reparos navais. Mas o principal empresário brasileiro do segmento, Paulo Rebelo, presidente da Renave/Enavi, afirma que, na atual situação, não há como surgir sequer um, quanto mais diversos estaleiros de reparos. Seu grupo tem um complexo de cinco diques, situado na Baía de Guanabara, que é o maior sistema de reparos da América Latina. Cita que gigante estatal Transpetro doca seus navios usualmente na Ásia em vez do Brasil.
- Na construção naval, a Transpetro aceita um preço mais alto, para estimular o setor. No caso do reparo, faz o contrário. Nosso preço é competitivo nas Américas e na Europa, mas 60% a 70% superior ao praticado na Ásia - diz. Lamenta que a Transpetro, ao levar navios para a Ásia, consiga carga de ida e volta para os navios, o que acaba com a vantagem de proximidade dos estaleiros nacionais.
Sobre preços, lembra que o aço no Brasil é mais caro, a folha de salários têm ônus de 100% e os chineses oferecem produtos e serviços mais baratos do que o Brasil em quase tudo.
- Só por mágica o reparo brasileiro poderia ser igual ou mais barato do que o asiático - diz.
Rebelo destaca que não há atrativo para novos diques de reparo. Frisa que um navio doca a cada três anos e a capacidade de seus diques é para 200 navios e, portanto, seria suficiente para uma frota de 600 navios. Passam pelo Brasil milhares de navios, mas os de longo curso em geral docam na Ásia ou em seus países de origem, por razões mais políticas do que econômicas. Na frota brasileira não há 600 navios de porte médio e grande em operação. Em 2009, a Renave/Enavi recebeu para reparos 120 navios.
A Renave/Enavi é do grupo Reicon, com sede em Belém (PA), que inclui empresas de navegação fluvial, postos de gasolina e uma série de atividades. Em janeiro último, faleceu, em acidente aéreo, o presidente do grupo, Luis Rebelo Neto, irmão de Paulo Rebelo.
Fonte: Monitor Mercantil/Sérgio Barreto Motta
Fale Conosco
22