Abreu e Lima

Refinaria pode custar até R$ 23 bilhões

Jornal do Commercio - PE
06/02/2009 02:10
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O valor proposto pelas empresas candidatas nas licitações para construção da Refinaria Abreu e Lima representa mais do que o dobro da estimativa mais recente da Petrobras, de cerca de R$ 9,2 bilhões
As empresas que ofereceram propostas nas licitações para construir a Refinaria Abreu e Lima, em Suape, apresentaram um preço global de R$ 23 bilhões, ou cerca de US$ 10 bilhões. O valor é mais do que o dobro da estimativa mais recente da Petrobras, que era de US$ 4 bilhões (R$ 9,20 bilhões).

 

Essa discrepância de valor é o que explica o fato de a Petrobras ter parado para negociar individualmente os contratos com o objetivo de reduzir o montante do investimento para um nível mais adequado.

 

O Jornal do Commercio teve acesso às planilhas de preços apresentadas nas licitações realizadas pela Petrobras. Os preços foram enviados durante os meses de novembro e dezembro do ano passado e foram publicados no Diário Oficial da União.

 

A licitação com maior valor foi a das unidades de coqueamento retardado, tratamento cáustico regenerativo e pátio. A Camargo e CNEC apresentaram o melhor preço, com R$ 5,978 bilhões. O coqueamento retardado é o responsável por maximizar a produção de diesel na unidade, a prioridade da Petrobras já que este é o derivado mais importado pelo Brasil. O segundo pacote de equipamento e montagem mais caro foi da implantação das tubovias de interligações da refinaria e tocha. Nesse pacote, a melhor proposta foi da Queiroz Galvão e IESA, por R$ 4,986 bilhões.

 

A terceira grande despesa da refinaria é formada pelas unidades de hidrotratamento e geração de hidrogênio. Odebrecht e OAS apresentaram proposta de R$ 4,226 bilhões. As unidades de hidrotratamento reduzem o teor do enxofre, uma exigência para os novos padrões do diesel que será vendido quando a refinaria entrar em operação. A previsão é que da refinaria de Suape saia um diesel com 50 partes por milhão (ppm), quando hoje é oferecido diesel com 500 ppm.

 

A previsão de antecipação do cronograma da refinaria estimava iniciar em agosto de 2010 com a torre de destilação – o primeiro processo no refino de petróleo. A unidade de destilação atmosférica teve preço mínimo, de acordo com proposta do consórcio OAS e Odebrecht, de R$ 1,899 bilhão. Como ficou também acima do esperado pela Petrobras, o contrato não foi assinado ainda e é alvo de negociação.

 

Também na casa do bilhão está o preço apresentado para construir a Estação de Tratamento de Despejos Industriais e torres de resfriamento, que ficou em R$ 1,102 bilhão pela proposta da CR Almeida, GEL e Passarelle.

 

No momento, o único grande contrato com ordem de serviço na rua foi o da Casa de Força, por R$ 966 milhões. O próximo contrato a ser assinado é o da Estação de Tratamento de Água (ETA), que teve o melhor preço apresentado pela Enefil e Oveolia, por R$ 789,7 milhões. Ainda foram apresentadas propostas para o contrato global de elétrica (Orteng, por R$ 269,5 milhões), contrato global de automação (Invensys, R$ 154,1 milhões), edificações (Engeform, EIT e Engevix, por R$ 591,3 milhões), dutos (Conduto e Engesa, R$ 689,1 milhões), tanques de óleo cru e água bruta (Techint, Confab e Usiminas, R$ 527,7 milhões), tanques de armazenamento intermediário (Tomé, Alusa e Galvão, R$ 803,3 milhões), antecipação da infraestrutura elétrica e drenagem (Schain, Estacom, Findes e DM, R$ 253,9 milhões).

 

Já na metade de 2008 os executivos da Petrobras tinham noção de que o investimento devia ser maior. Era esperado porque os preços dos equipamentos e serviços da indústria do petróleo subiam enquanto a commodity se valorizava. Agora, com a drástica queda do petróleo, de US$ 147 em julho para a faixa de US$ 40, a empresa espera que nas negociações os prestadores de serviços e equipamentos reflitam um preço de crise, e não da bonança que havia antes da crise global.

 

Parte desse valor também pode cair se a PDVSA ficar definitivamente de fora do empreendimento. A refinaria está sendo montada como dois parques, capacidade total de 230 mil barris por dia. Mas um parque será otimizado para receber o petróleo brasileiro e o outro para o venezuelano, que é de um tipo de refino mais caro. Se a PDVSA sair, as empresas poderão simplesmente duplicar um dos projetos e reduzir custos.

 

Além dos custos de construção e montagem, que a Petrobras agora sabe que o mercado pediu R$ 23 bilhões, a estatal ainda está arcando com outros gastos, como a terraplenagem, que foi contratada a R$ 429 milhões, mas o consórcio responsável já pediu um aditivo.

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